Agit Prop

Quarta, 28 Agosto 2013 15:44 André Lopes Editorial
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Não é tanto a “agitação” que a propaganda eleitoralista pretende, mas sim a simples cativação de votos. Permitam-nos, ainda assim, a apropriação abusiva da histórica expressão agit-prop, porque a propaganda das campanhas traz à baila assuntos que nos agitam. E de que maneira.
A campanha eleitoral, por natureza, coloca as cartas todas em cima da mesa, expõe as necessidades, as urgências e os apodrecimentos do passado que é preciso sanar. Depois das eleições, já sabemos o que infelizmente costuma acontecer, mas quanto mais nos conciencializarmos do que é preciso fazer, menos legitimidade têm depois os eleitos para não o fazer.
Em Riachos, a campanha parece querer mesmo apanhar o flagrante. As campanhas estão a levar os jornalistas (o convite é feito aos cidadãos, embora poucos apareçam, se calhar com medo de ficarem ligados aos partidos…) aos sítios onde o desenvolvimento não chegou. Em pouco mais de uma semana, os eventos de campanha local chamaram a atenção para o estado vergonhoso do Jardim da Vila, para cada um dos trágicos problemas ambientais da freguesia, para as misérias das estradas e para a degradação do “coração da vila”: o mercado, cuja recuperação inteligente tanto podia fazer pelas actividades culturais e pelo pequeno comércio.
As situações têm continuar a ser denunciadas, não obstante estarmos a correr o risco de apenas contribuir para a diversidade de promessas eleitoralistas. É tempo de não ter papas na língua. Os tempos são graves e urgentes. É agora ou nunca. Vemos escorrer pela sarjeta o direito ao desenvolvimento e as possibilidades que às vezes estão à mão de semear.
Na parte do desenvolvimento, temos a manutenção do Jardim da Vila e a construção de meio quilómetro de estrada entre a zona industrial do Entroncamento e o terminal do MSC. Dois investimentos tão importantes como irrisórios nos orçamentos globais da Câmara, e dos quais nem é preciso explicar a importância. Quanto às possibilidades, a Junta de Freguesia, no futuro, deve ter a coragem que nunca teve: agarrar financiamentos que permitam recuperar espaços da vila (a sua verdadeira responsabilidade, além do poder reivindicativo).

Entrevistas aos candidatos
Iniciamos nesta edição a série de entrevistas aos candidatos às eleições autárquicas de 29 de Setembro. Os primeiros a darem as suas respostas e propostas foram os candidatos do PSD, PS, CDS, BE e CDU à Câmara Municipal do Entroncamento. Na próxima edição (11 de Setembro) publicaremos entrevistas aos candidatos à Câmara Municipal da Golegã e à Assembleia de Freguesia de Riachos. Na seguinte (25 de Setembro), será a vez dos candidatos à Câmara de Torres Novas.

Renovação gráfica
Quase cinco anos depois da última remodelação do grafismo deste jornal, e depois de tantos altos e baixos, apresentamos a nova maqueta que deu uma profunda remontagem ao aspecto do jornal.
Queremos que este refrescamento visual seja acompanhado pela melhoria dos conteúdos editoriais, para que o velhinho jornal riachense se mantenha à tona no panorama da imprensa regional, tentando obviar-se do fenómeno de canibalização deste sector, tendo para isso de se distinguir pelos conteúdos originais em vez de dar destaque a tantas notícias repetidas, que por vezes tornam a leitura desconsolada.
 Para isso temos de tentar, no futuro breve, aumentar o número de páginas, pois seja como exemplo de resistência aos tempos difíceis, seja como membro saudável da comunidade local, queremos continuar a marcar uma presença relevante no esclarecimento informativo dos nossos leitores.
Nas próximas edições revelaremos as restantes alterações gráficas que não couberam nestas páginas, assim como regressarão algumas rubricas habituais, como a “Histórias da nossa gente”, “Maravilhas de cá”, “Há 20 anos”, “Páginas do diário de um médico) ou as palavras cruzadas do Diamantino Almeida.
Um abraço ao Sérgio Martins, que nos construiu a maqueta gráfica, e outro para cada um dos nossos habituais colaboradores. E para todos os leitores.