Latoaria

Quarta, 11 Março 2009 01:25 André Lopes Coisas que há no MAR
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O Museu Agrícola de Riachos tem uma variedade notável de peças de latoaria, na sua maioria, construídas para utilizações relacionadas com o trabalho.

As principais matérias-primas transformadas pelos latoeiros são a folha-de-flandres e a chapa zincada, juntamente com o mais antigo latão e o mais recente alumínio. A expansão comercial da folha-de-flandres no mundo industrializado - ou em vias - iniciou-se no século XIX, sendo a patente inglesa de 1810.

Colmatou a necessidade de um produto laminado, com boa ductilidade e que não enferrujasse rapidamente. Objectos utilitários como almotolias, funis, tabuleiros e candeias são feitos em folha-de-flandres (revestida de estanho), enquanto regadores, braseiras, pás e algerozes são em chapa zincada (revestida de zinco), que é mais resistente e menos maleável.

A latoaria num museu evoca a memória de um sector profissional - os latoeiros/funileiros constituem um dos grupos de artesãos mais envelhecidos. A latoaria tem um carácter simbólico na evolução das sociedades industrializadas, ela representa a transição de um universo de produção tradicional para um modernizado e mecanizado - a matéria-prima é de origem industrial e a sua transformação é artesanal.

As grandes mutações nos contextos socioeconómicos de produção levaram a que os objectos de latoaria fossem largamente substituídos pelos de plástico, mais baratos e fáceis de produzir em fábricas.

A latoaria artesanal é hoje mais utilizada para fins decorativos (lanternas, miniaturas, adornos). É o que faz hoje a responsável pelo Museu da Latoaria em Tomar, bem como o último latoeiro de Riachos, ali nos Casais Novos.

Actualizado em ( Sexta, 27 Fevereiro 2015 13:05 )