A iniciativa organizada pelo Núcleo de Arte de Riachos, Comissão da Cultura da Assembleia de Freguesia e pela O Riachense - Cooperativa Editora de Promoção Cultural, deu um colorido diferente ao jardim da vila, no Tocha, no domingo. Um a um, logo pela manhã, lá foram escolhendo o local e montando o cavalete debaixo de chapéus-de-sol para evitar um escaldão já que o dia prometia aquecer. E assim foi. Ao longo de todo o dia houve danças e cantares com o grupo de música do NAR, as Camponesas, três elementos do Rancho, oficina de artes para crianças, largada de pombos e até a condução de um cabresto. O evento foi realizado integrado nas comemorações do 27.º aniversário da elevação a vila, cuja sessão solene estava marcada para esta segunda-feira, já depois do fecho da edição deste jornal. No final, os quadros foram expostos na garagem das artes do NAR para serem leiloados.
Esta iniciativa contou com a participação de 12 pintores de Riachos, Torres Novas, Coimbra e Figueira da Foz. “E não vieram mais do Norte do país porque decorreu também, no mesmo dia, uma iniciativa semelhante em Oliveira de Azeméis.”, explicou Pereira Jorge, presidente do NAR.
No sábado, os pintores visitaram a Junta de Freguesia, Jardim Infantil de Riachos, parque 25 de Abril, jardim da vila, casal das Flores, rotunda do Senhor Jesus dos Lavradores, largo, cinema Olímpia, porto da Várzea no rio Almonda, Castelo Velho, quinta do Melo, ponte de Caniços, pontão, ponte do Paul e Casais Pinheiros, que toda a comitiva adorou e para onde ficou marcada nova iniciativa semelhante. Motivos mais que suficientes para passar para a tela. Foram acompanhados por Manuel Carvalho Simões, em representação do NAR, José Tomé, da comissão de cultura da Assembleia de Freguesia, e Carlos Simões Nuno, presidente da Cooperativa O Riachense.
Fátima Cordeiro veio de Coimbra para pintar Riachos. E de todos os sítios que visitou, ficou apaixonada pelo casal das Flores, tendo dedicado dois quadros à propriedade da família Cunha. “É uma zona com muitos verdes que me inspira, pois gosto muito da natureza”, diz a pintora que desejava desenhar um boi, “mas não encontrei nenhum no campo”.
Explicou que aceitou o convite para participar porque adora Riachos, terra pela qual nutre grande afinidade, pois já teve patente uma exposição de pintura no Museu e é frequentadora assídua do NAR. Sobre a iniciativa, ressalva que “como não se pode contar com o Governo, tem de ser o povo a ajudar as colectividades”.
A pintora riachense Rosa Pamole também se mostrou muito satisfeita por participar na iniciativa e, sobretudo, por poder pintar a sua terra, escolhendo o Castelo Velho. “Muito se fala da lenda do Castelo velho, mas nunca foi investigada a sério. Como Riachos não tem muito património histórico resolvi pintar o Castelo Velho a partir de uma imagem que nasceu na minha cabeça. Este é o meu Castelo Velho”, afirmou enquanto dava as pinceladas finais na tela.
Pedro Neves, ex-secretário da Junta de Freguesia de Riachos era uma das pessoas que observava o trabalho dos pintores. Também se mostrou agradado com esta novidade das comemorações da elevação a vila, mas confessa que o programa deste ano é muito pobre: “Apesar da crise, Riachos tem muitos artistas e devia-se fazer mais coisas”. Por outro lado, defende que a elevação a vila só deveria ser comemorada de cinco em cinco anos, mas com “um programa de festas a sério. Ninguém vai à sessão solene porque é rotineiro, sempre igual, não despertando interesse nas pessoas”. N.M.

Os quadros que resultaram desta iniciativa conjunta foram oferecidos a O Riachense e serão objecto de leição público. Até final de Junho a exposição/leilão funcionará na Oficina d’Artes do NAR e os visitantes poderão fazer a sua oferta segundo uma base mínima de licitação ao longo de todo o mês, findo o qual serão atribuídos aos respectivos compradores. Na próxima edição do jornal o riachense (7 de Junho) será publicada uma descrição das obras e dos respectivos autores.