Poluição preocupa população. Junta vai limpar valas e ribeiras

Sexta, 06 Junho 2014 14:30 André Lopes Riachos
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Mais um problema crónico da freguesia que ninguém é capaz de resolver: a poluição. Carlos Garcia foi à Assembleia de Freguesia (AF) dar o mote para a discussão do assunto da poluição das linhas de água. A questão principal, que tem criado expectativas na população e foi levantada pelo interveniente, é as obras da Águas do Ribatejo (AR) que têm decorrido em várias localizações da freguesia, numa reformulação profunda do sistema de saneamento básico e de abastecimento de água.
 
O presidente da Junta anunciou que foi proposto à autarquia um projecto de limpeza de todas as valas e ribeiras de Riachos, por uma empresa da zona de Almeirim. Para o financiamento comunitário de fundos estruturais avançar (as candidaturas abrem em Julho), a empresa precisa de fazer uma parceria com a Junta. A estimativa de custos do projecto é de 65 mil euros, montante do qual a Junta pagará apenas o IVA. Se o projecto avançar, serão intervencionados 39 hectares fora do perímetro urbano da freguesia.
 
As obras da AR incluem a reabilitação total da ETAR de Riachos para, de uma forma inédita, a deixar a funcionar em pleno. Se isso acontecer, os esgotos da vila poderão finalmente ser tratados e deixar de ir parar ao Paul do Boquilobo, via Vala das Cordas. O problema é que as obras da AR não vão resolver o problema da poluição industrial. São as unidades fabris situadas junto às linhas de água ao longo de todo o concelho que provocam um nível de poluição que o aspecto da Vala das Cordas ilustra bem.
 
É preciso uma vigilância e uma pressão constante sobre as indústrias poluentes, criar um lóbi, disse João Luz, eleito à AF pelo Bloco de Esquerda. O mesmo deputado da freguesia disse que o projecto de limpeza das valas e ribeiras é “dinheiro deitado fora porque as fontes de poluição permanecem intocadas. Dentro de pouco tempo [as valas e ribeiras] estarão na mesma”.
 
João Luz referiu que estudou o processo: a Administração da Região Hidrográfica faz os testes à água, a Agência Portuguesa do Ambiente define os parâmetros do que é poluente e o que não é poluente, a Câmara Municipal de Torres Novas faz o licenciamento das actividades industriais e a Divisão do Ambiente da GNR aplica as contra-ordenações. O que faz falta é o tal lóbi que provoque a coordenação e comunicação constante entre estas entidades que são, em última analise, as responsáveis pelo arrastar da situação.
 
Carlos Garcia, no público, concluiu que o que não há é vontade. “A montante de Torres Novas isto não acontecia… aconteceu no passado e foi resolvido. Parece que estamos condenados a isto”, e sugeriu a criação de um movimento activista “Riachos Poluição Zero”.

Actualizado em ( Sexta, 06 Junho 2014 14:30 )