A última reunião da Assembleia de Freguesia, marcada a propósito da apreciação do relatório e contas de 2013, começou e acabou com o tema dos Transportes Urbanos Torrejanos. A abrir, houve uma intervenção de um morador de Casais Castelos que reclamou a passagem dos Transportes Urbanos Torrejanos na sua aldeia. “As pessoas têm de andar mais de um quilómetro para ir apanhar o TUT ao Botequim, e a maior parte são idosos”, denunciou o cidadão.

 

O aperfeiçoamento do serviço municipal de transporte de pessoas acabou por ser recuperado no final da sessão através da proposta apresentada por João Luz para a articulação dos horários dos TUT com os horários da CP.

 

O eleito do Bloco de Esquerda disse que a ideia partiu da experiência própria: “parece ter havido uma distracção por parte de quem fez os horários dos TUT”. Apontou que ao longo do dia, as camionetas partirem da Estação pouco antes da chegada dos comboios, o que leva a maior parte das pessoas a utilizar transporte individual. O eleito disse que é urgente propor esta discussão nos órgãos municipais, porque existe uma considerável percentagem da população activa que se desloca diariamente para localidades situadas no eixo da Linha do Norte.

Há também “uma população idosa que necessita de ir a Tomar, Santarém, Lisboa e actualmente, os tempos de deslocação são muito grandes” disse, referindo que a própria rentabilidade dos transportes públicos seria melhorada se o serviço fosse aproximado às necessidades de mobilidade das pessoas, pois ganharia mais clientes. 

 

Segundo João Luz, o ajustamento dos TUT à ferrovia poderia ser “o primeiro passo para algo mais vasto, assente na conexão entre transporte privado, público e de mercadorias”. Riachos dispõe, defende, das condições necessárias para desencadear um “plano intermodal para o município de Torres Novas”, devido à sua localização geográfica, que é um ponto de ligação entre três municípios, onde confluem a rodovia e a ferrovia.

A proposta sugere acções de base como o aconselhamento técnico junto do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) para definir percursos mais ajustados, e pedir à REFER para construir um terminal intermodal na estação de Riachos, “racionalizando estacionamento e zonas de paragem e acesso” aos TUT, TURE (Transportes do Entroncamento) e Rodoviária do Tejo.

 

A proposta foi aprovada por unanimidade, tendo Alexandre Simas questionado a mesa da Assembleia sobre o que fazer no caso de o presidente da Junta não concordar com a proposta. “Não tenho que defender uma coisa que não concordo” disse, em resposta à afirmação de João Luz de que a Junta tem de cumprir aquilo que o órgão deliberativo aprova.

 

A contradição “delicada” foi discutida, mas ficou relativamente sanada depois de a mesa concluir que o autarca só tem de interceder junto da Câmara e da Assembleia Municipal, pedindo que a proposta seja analisada, cabendo depois aos mecanismos municipais (vereadores e deputados) a sua defesa.