Museu em férias é museu vivo

Terça, 20 Agosto 2013 18:16 André Lopes Riachos
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Os visitantes do Museu Agrícola de Riachos vão deparar-se, durante este verão, com uma animação intensa dentro dos seus espaços. “Férias com História” é uma iniciativa criada no projecto de animação cultural “As crianças vivem o museu”, a que o serviço educativo e a educadora de infância Filipa Marto deram início no princípio de Julho.
Quase duas dezenas de crianças, dos 4 aos 15 anos (o grupo está completo), têm estado no museu, a passar o dia em actividades temáticas relacionadas com o património e com a expressão plástica. 
Fazer um porta-chaves com os artesãos do museu, construir tantos pau-de-chuva que mais parece uma tempestade, aprender a jogar ao lenço, fazer uma horta vertical com latas velhas e uma palete pintada, fazer bonecas de fuxico com a Julita, aprender o jogo da pedrinha com o Manel Pé Leve, cozer pão, fazer um apito de cana, lançar o pião, fazer um carrinho de cana, tudo uma carrada de coisas que a malta mais nova tem aprendido a fazer, em idades em que a imaginação é mais fértil e estes entreténs são bem vindos.
As actividades, sob a orientação da Filipa Marto, têm em cada quinzena uma temática diferente. Já passou o tempo dedicado aos “Jogos, brincadeiras e brinquedos” e “Profissões, artes e ofícios”. A primeira quinzena de Agosto será dedicada à temática “Lendas, contos e poesias” e a seguinte à “Gastronomia riachense”.
Para qualquer visitante do museu estas actividades também suscitam a curiosidade, porque alguns objectos vão sendo expostos em diversos sítios do museu, e pode ver-se o que é feito de lúdico a partir do velho espólio. 
Para descrever a construção da horta vertical a partir de uma palete e latas decoradas, Mafalda Luz ilustrou com a frase “novas tendências versus tempos antigos”.
A técnica do Museu disse que basicamente as actividades têm um intuito pedagógico e dividem-se, grosso modo, em expressões plásticas e recolha de património, sendo que neste último campo a maior incidência vai para a aprendizagem de técnicas e saberes, bem como a recolha directa de memórias, o que aconteceu no dia em os participantes foram ao centro de dia para terem diálogos com os velhotes, para saberem o que é um boieiro, como eram as vivências no seu tempo, etc. 
Assim, com a colaboração do NAR, dos artesãos do Museu, de outros colaboradores habituais e de alguns pais, o Museu Agrícola está com mais vida. Este é um dos pressupostos da medida CEI Património, do IEFP, em que se enquadra o projecto de animação cultural proposto por Filipa Marto e que irá dinamizar outras iniciativas ao longo dos próximos meses.