Uma boa razão para voltar a Riachos

Sábado, 10 Novembro 2012 13:47 nuno Riachos
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Na noite de Sábado, dia 27 de outubro, no Solar de Santa Maria, teve lugar o décimo primeiro Jantar Concerto da Sociedade Velha Filarmónica Riachense.
Embora a descida da temperatura se fizesse sentir, é com orgulho que se via já, muito antes da hora do concerto, uma pequena multidão ansiosa à entrada.
Na verdade, de alguns anos a esta parte, o Jantar Concerto, que a cada ano eleva a sua fasquia de qualidade a todos os níveis, vem movendo um grande número de pessoas, desde os conterrâneos da Filarmónica ao longínquo Algarve.
E não será por menos: o que move quem deseja assistir a este espectáculo não é apenas a ideia de um serão bem passado num evento cultural - é a certeza de mais uma prova viva do trabalho árduo do Maestro Carlos Mendes, dos músicos (que, sob a sua incrível capacidade de os cativar e motivar para a música e de ensinar a vivê-la, se esforçam sempre por dar mais e melhor de si mesmos), da direcção, da organização, de todas as pessoas que, de algum modo, se ligam a este esforço conjunto que se exprime, em última instância, num Concerto que nos envolve na Arte que a todos mais toca: a Música.
E foi assim que, com alegria, nos sentámos e esperámos a entrada dos músicos, do Maestro, dos convidados… E foi com emoção que assistimos e participámos num espectáculo que, desde a música erudita à popular, do fado ao canto lírico, da pintura à dramatização e ao humor, nos encantou e fez com que cada um de nós levasse para casa um pouco de música no ouvido e no coração.
É de louvar que, numa terra com as dimensões que tem Riachos, tenha sempre vontade de me deslocar, de onde quer que me encontre, só para poder apreciar este trabalho, e é com alguma comoção que vejo o suor (e algumas lágrimas!) do Maestro reflectidos naquilo que se tornou a Sociedade Velha Filarmónica Riachense, aquilo que ganhou nos últimos anos (e especialmente no corrente ano), o número de crianças e jovens que cativou e cativa, as condições que a pouco e pouco foi adquirindo, a qualidade do trabalho que vem sempre crescendo.
Quando vejo os olhares entusiasmados da assistência ao som das peças “The Legend of Marabaibo”, entre dois copos de bom vinho; emocionados (e, posso dizer, até impressionados) com “Ó Mio Babbino Caro” (pela espectacular voz da soprano Sara Belo); envolvidos por “Lisboa Antiga” (pela sempre querida e presente Fátima Correia) ou “Canto o Fado” (por Pedro Monserrate) e desejosos de ouvir uma vez mais “Granada” (pela fantástica e já conhecida voz do tenor Pedro Tavares), vejo como a S.V.F.R. conseguiu também despertar o ouvido e a musicalidade de tanta gente. Vejo os novos elementos, vejo os que antes eram pequenos e que agora já estão crescidos, mas continuam com o mesmo amor à música. E traz-me saudades do tempo em que, também eu, toquei nesta Banda.
Os aplausos, de pé, falaram por si. Todos estão de parabéns. Os músicos (sem os quais a Banda não seria nada), o Maestro que torna tudo coeso e possível, os técnicos, os cozinheiros, os organizadores.
É por esta sensação de preenchimento cultural e emocional que vale sempre a pena voltar a Riachos.
Vale a pena, sempre, acompanhar a Sociedade Velha Filarmónica Riachense.
Ana Teresa Rodrigues (Santarém)
 
Chão da feira
No passado sábado, dia 3 de Novembro, tivemos o prazer de assistir, na renovada sede da Filarmónica, a um evento especial. É sempre com enorme gosto que se desfruta de um bom espectáculo, mas é-o mais ainda quando este é proporcionado por “gente da terra”, como costumamos dizer! Ora, foi exactamente esse o caso! Os “Chão da Feira”, grupo musical composto por Alina Sousa e Vanessa Borges, agraciaram-nos com a sua música de cariz “tradicional”, com algumas notas de “intervenção”, como referido pelas componentes do grupo.
Numa sala bem composta em termos de assistência e repleta de bom ambiente, apreciámos as músicas do grupo, que vão de poemas de artistas famosos (“Ah, quanta melancolia”, de Fernando Rosas) a originais escritos e musicados pelas duas intérpretes (A rosa, Lágrimas de cebola, Epitáfio a um soldado português...).
Senhoras de duas grandes vozes, habilidade instrumental sem igual, tanto na flauta como na viola, enorme criatividade e imensa boa disposição, deixaram os presentes com “água na boca”, esperando que este evento se repita e possamos ouvi-las mais vezes!
Ainda sem um trabalho discográfico, o grupo aposta neste tipo de eventos e nas redes sociais (MySpace e Facebook) para fazer a divulgação do seu trabalho. Esperemos que possam ter a sorte de, rapidamente, chegar a outros palcos de maior renome e dimensão... Na memória fica uma noite agradável e de grande qualidade musical, em que a cultura, como não podia deixar de ser, saiu beneficiada!...
Samuel Martins