Deolinda dos Santos completou 100 anos

Terça, 10 Janeiro 2012 22:18 nuno Riachos
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Deolinda Jorge dos Santos comemorou no dia 1 de Janeiro, um século de vida. Várias gerações, filhos (genro e noras), netos e bisnetos juntaram-se num restaurante de Riachos para assinalar a data e homenagear aquela que é provavelmente a mulher mais velha de Riachos e uma das mais idosas do concelho e da região. 
Nasceu em 1912 em Riachos, no seio de uma família de campo¬neses muito modesta, como eram quase todas as famílias naquela época. A oitava de nove irmãos nunca frequentou a escola, porque as obrigações do campo estavam em primeiro lugar. 
Casou-se aos 24 anos com Manuel Sousa Cipriano, e aos 55 sofreu o maior desgosto da sua vida ao ver partir o seu marido, um artífice carpinteiro que deixou ainda solteiros dois dos quatro filhos, o Luís e o Zé António. 
Deolinda conserva uma luci¬dez e uma forma física que se pode considerar invejável para a idade, não precisando sequer de ajuda para se vestir ou andar. A memória também permanece quase intacta. O seu ponto fraco é mesmo a visão, que há muitos anos lhe vem fugindo. 
Ainda hoje, por opção própria, vive sozinha na sua casa, onde quase todos os dias cozinha as suas refeições. O cantinho do seu sofá, instalado na pequena sala, em frente a uma velha cómoda onde assenta a televisão que trans¬mite diariamente as telenovelas e programas de entretenimento, é o local onde passa a maior parte do tempo, sentada, não a ver passar os dias mas a rezar o terço. Vai todos os dias visitar os filhos mais velhos, os que moram mais perto de si, a Maria e o António, e sempre que tem boleia vai à missa. Outras vezes vai a pé. 
Quando há eleições, tenta estar bem informada vota sempre de acordo com o que manda a sua consciência. 
Porque adora a vida e a morte sempre a assustou, sobre a ali¬mentação sempre teve imensos cuidados, sendo esse talvez o segredo da sua longevidade. 
Porque fez 100 anos e nada melhor do que ver a família reunida, filhos, netos e bisnetos, a avó Deolinda sentiu-se ainda mais feliz no passado domingo. Cantaram-se os parabéns depois de uma mesa farta, assopraram-se as velas, abriu-se o champanhe e perpetuou-se um dia que certa¬mente será lembrado por muitos anos. Depois participou-se na missa por Acção de Graças pelos 100 anos de vida. 
Parabéns e muita saúde para uma grande mulher.