“Ensinei o Chibanga a descabelar toiros”

Sexta, 09 Dezembro 2011 18:41 Riachos
Versão para impressão

Manuel Pacheco é "Gente de cá"

Nasceu e viveu a infância nas encostas da serra d’Aire, ali para os lados do Pedrógão, mas fez-se homem na lezíria do Almonda, entre a charneca e o bairro. Manuel Pacheco, 68 anos, tomou conta de uma das casas comerciais mais antigas de Riachos: o café Pacheco, agora a cargo do seu filho, António Júlio Pacheco. paixonado por touradas, pelo Benfica e pelo Atlético Riachense, o realejo é a sua imagem de marca.

 

Diamantino Maurício e Nuno Matos

De família humilde, Manuel Pacheco andou na escola primária do Pedrógão. Faltava muitas vezes para ir aos ninhos ou roubar ameixas, “porque o comer em casa era escasso”. Cedo começou a trabalhar na apanha do figo, a guardar ovelhas ou a andar à frente dos bois. Com 13 anos veio para Riachos ao ganha-pão, por conta de pedroguenses já cá estabelecidos: “Fui andar com bois para as Cordas com o Chico da Vaca, por conta do irmão, o João da Vaca. Dormia num palheiro enrolado num pano da azeitona, ao pé dos bois, em casa do João da Vaca, que viria a ser meu padrinho de casamento. Aquilo até era quentinho!”, confessa.
Pouco depois mudou de vida: “Um dia, o João da Vaca perguntou-me se gostava de ir trabalhar para a taberna dele, ao lado do talho. A minha mãe já tinha morrido e o meu pai não se importou”. E lá foi aprender também a matar porcos, bois, carneiros e cabritos. “Com 16 anos, já matava, por semana, meia dúzia de carneiros, dois porcos e um bezerro de vez em quando aí com 250 quilos de carne limpa. Quando havia casamentos, convidam-me sempre para matar os carneiros”, recorda Manuel Pacheco.


Entrevista completa na edição impressa de 7 de Dezembro de 2011

Actualizado em ( Segunda, 12 Dezembro 2011 00:35 )