Quase mil actuações, 31 presenças na televisão, 106 músicas e dois CD’s gravados. Assim se traduzem os onze anos de história do grupo de cantares populares As Camponesas de Riachos. O último aniversário foi comemorado no dia 24 de Julho, na Casa do Povo, na presença de cerca de meia centena de pessoas. A tarde foi animada pelo Lúcio Ferreira dos Reis, pelo fandango de duas meninas do grupo de dança Rostinhos em homenagem a António Veríssimo, e claro, pelas Camponesas, que ainda se mostram em forma para manter viva a cultura popular riachense. A mais velha tem 79 anos e a mais nova 65. São elas Júlia Proença, Filomena Martins, Maria de Sousa, Maria Velez, Alice Ferreira e Fernanda Martins. Apesar da idade já “entradota”, os projectos continuam: “Gostava de gravar mais um cd. Já temos dois, com 40 cantigas e gostava de deixar mais algumas registadas, para que não se percam e para que a gente nova conheça o que se cantava no campo”, diz Júlia Proença.
Por outro lado, revela que desejava ter mais mulheres novas no grupo: “Era muito bonito porque qualquer dia morremos todas e o grupo acaba”, diz com pena, salientando que “somos nós que divulgamos Riachos por todo o lado quando vamos à televisão”.
Só este ano, As Camponesas já realizaram 32 actuações, estando previstas mais três para Agosto e Setembro. “Vamos a Abrantes e depois no dia 3 do mês que vem actuamos duas vezes, numa festa privada e num casamento em Torres Novas”, adianta a cantadeira.
Quanto ao balanço destes onze anos de “estrada”, Júlia Proença diz que tem sido uma experiência muito agradável para todas as componentes: “Cá andamos a recordar as cantigas de antigamente, que se não fossemos nós, já tinham sido esquecidas”. E os convites têm sido muito variados: “Cantamos em todo o lado: aniversários, feiras, arraiais, restaurantes, festas de finalistas dos doutores, casamentos e baptizados. Só falta cantar num divórcio”, remata com uma gargalhada. Talvez um dia destes surja o convite.
