o riachense

Sbado,
27 de Abril de 2024
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25 de Abril comemorado num país falido

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A crise política, económica e social que assola o país foi o mote dos discursos do 37.º aniversário do 25 de Abril, que este ano se comemorou em Riachos, por ocasião da inauguração do Jardim da Vila. Da esquerda à direita e cada um à sua maneira, todos os partidos criticaram o poder central, mas piscando o olho ao voto para as eleições legislativas que se aproximam.



A riachense Célia Barroca, do BE, usou metáforas para falar de um certo esquecimento dos ideais de Abril, das políticas internas que conduziram o país ao descalabro e do “salvador” FMI. Deixou ainda um pedido, tão actual como foi há 37 anos: “é preciso encontrar armas para a luta que continua contra a especulação, a fraude e a corrupção”.
Cristina Tomé, da CDU, frisou que o país atravessa o pior período da sua história recente, sendo a vida de quem trabalha um verdadeiro inferno, com corte de salários, aumento dos impostos e congelamento de pensões, lembrando que em Riachos também se fazem sentir as consequências de uma política de direita: “há milhares de pessoas sem médico de família e sem cuidados básicos de saúde, uma verdadeira afronta ao seu inalienável direito à saúde consagrado na Constituição da República saída do 25 de Abril de 74”.
Tal como Célia Barroca, também apelou à capacidade de mobilização da população para ultrapassar a crise: “a luta é o caminho. É cada vez mais o tempo de lutar por Abril”. A concluir, apelou ao voto à esquerda nas próximas eleições legislativas para “combater um novo desastre nacional”.
Pedro Henriques, do PSD, elogiou a escolha do local para as comemorações do 25 de Abril, “onde se respira liberdade junto de uma população que tem sido exemplo da luta pelos seus direitos, da capacidade reivindicativa, de associativismo e de responsabilidade política”. Também falou do momento actual de encruzilhada da nossa história em que se joga o futuro do país, para “exigir que cada um de nós assuma um compromisso de cidadania, que não se esgote rapidamente na apresentação de um ideário político, numa acção de campanha ou num discurso evocativo, sob pena deste país se tornar incapaz de produzir sustentadamente a sua riqueza”.
Disse ainda que o estado do país e a entrada do FMI se deve a práticas despesistas protagonizadas por sucessivos governos – não especificando quais – salientando que “estamos num momento de viragem”, talvez apelando ao voto no PSD nas legislativas. A concluir, Pedro Henriques criticou o modelo de gestão de vários municípios, onde se inclui Torres Novas: “É inadmissível que 37 anos depois do 25 de Abril ainda tenhamos aldeias no concelho sem saneamento básico e com deficiências graves ao nível do tratamento de resíduos”.

Lembrar os riachenses que lutaram pela democracia

A socialista Ana Pinheiro destacou a democracia e liberdade, valores conquistados com a Revolução, para também piscar o olho ao voto: “Tal como os capitães de Abril, chegou a hora de nos unirmos para escolher onde queremos ir e onde queremos estar daqui para a frente. Nesta altura de crises e de incertezas, temos o dever e a responsabilidade de saber escolher”.
Para Luís Silva, presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas, a sociedade actual é mais justa e solidária do que aquela que existia há 37 anos, mas reconheceu que ainda persistem alguns problemas de desigualdade social e situações de pobreza “que queremos eliminar”. A escolha do local para comemorar o 25 de Abril também foi do agrado deste político: “estamos nesta vila tão carismática do concelho de Torres Novas a lembrar todos os filhos queridos de Riachos que lutaram pela democracia”.
A terminar o discurso, elogiou o trabalho dos autarcas das freguesias, “tantas vezes esquecidos que têm lutado pelas suas terras. O exemplo destes autarcas deve servir de incentivo a todos nós, porque alguns, com pouco fizeram muito. Nós precisamos de gente assim”, rematou o presidente da Assembleia Municipal.

Rodrigues não quer deixar cair desenvolvimento

António Rodrigues, presidente da Câmara, falou de improviso, porque se esqueceu do discurso em casa. Mesmo assim, apelando ao humanismo, foi muito crítico para com a falta de respostas do poder central: “A tónica da intervenção das comemorações só pode ser uma: estamos a comemorar o 25 de Abril num país falido, de mão estendida para o exterior, num país que assiste de uma forma humilhante que nos digam lá de fora: «trabalhem se querem o nosso apoio»”. E acrescentou que o 25 de Abril não tem culpa da situação a que chegamos: “uns trabalham, outros exigem direitos, uns lutam, outros adormecem à espera que alguém lhes dê. Vivemos num país em que os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, mas mais grave do que isso, vivemos num país onde existem cada vez mais pobres. E isso dói”.
Rodrigues também sublinhou o papel dos autarcas locais e prometeu lutar por mais fundos comunitários: “O país está como está, também porque este Governo não foi capaz de potenciar e dinamizar a aplicação de apoios comunitários que são milhões de euros que estão por gastar. Hoje, um dos papéis mais importantes dos autarcas é conseguir que esse apoio comunitário fique em Portugal e nos concelhos que dirigem. Vamos continuar a trabalhar em prol das pessoas para melhorar a sua qualidade de vida”.

Nuno Matos

 
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