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Segunda,
06 de Maio de 2024
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Camponeses podem parar por falta de verbas

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Por alturas da celebração do 53.º aniversário do rancho

O grupo já navegou em águas mais calmas, nomeadamente no aspecto financeiro. A Câmara Municipal de Torres Novas não paga subsídios desde 2009 e não havendo dinheiro para despesas, os convites para actuações, tanto em Portugal, como no estrangeiro, vão sendo recusados. Joaquim Santana admite vir a suspender a actividade se a contingência financeira continuar a piorar.

Nuno Matos

Todos os anos “Os Camponeses” assinalam a passagem de mais um aniversário do rancho. No sábado, 29 de Janeiro, festejou-se na Casa do Povo de Riachos, mas com um certo amargo de boca.
Em conversa com o riachense, Joaquim Santana abordou o presente e o futuro do grupo, denotando algum cuidado em anunciar a falta de pagamentos da Câmara, mas mesmo assim não deixando de fazer várias críticas.
“Não temos dinheiro e é impossível aceitar convites para ir ao estrangeiro. O transporte, alojamento e alimentação tem de ser à nossa custa porque quem nos convida só paga as despesas no próprio país”, revela Joaquim Santana, recordando que no passado as despesas eram pagas pelas organizações e “às vezes quando conseguíamos participar em dois festivais até tínhamos lucro”.
A última vez que “Os Camponeses” repuseram a cultura popular riachense além-fronteiras foi em 2009, em Espanha. Depois disso, todos os convites foram recusados e Santana diz que só recorrendo a um empréstimo bancário é que seria possível. “Mas não nos queremos sujeitar a uma dívida que possa prejudicar o futuro”, confessa o ensaiador.
Mesmo para Portugal, são poucas as actuações já confirmadas. “Normalmente são trocas e se formos a algum lado, depois também teremos de receber esses grupos, dando despesas que não podemos suportar nesta altura. Por isso temos declinado convites”, afirma Santana dizendo que apenas faz espectáculos em troca de cachet, “mesmo que seja pequeno”.
O apoio de empresas vai sendo cada vez mais escasso e para agravar o problema, a Câmara de Torres Novas não paga o subsídio mensal de 300 euros desde 2009. “Essa dívida faz mossa e é por isso que estamos com dificuldades. Não está a ser fácil manter o grupo. Há despesas com trajes, ensaios e o festival de folclore está parado porque não sabemos se vamos ter dinheiro para o realizar”, admite Joaquim Santana que prevê um agravamento da situação para este ano: “Não conheço os valores dos subsídios para este ano, mas pelo que tenho ouvido irão ser reduzidos, complicando ainda mais a vida de todos os grupos e associações do concelho. Será uma grande mágoa se tivermos que parar por falta de verbas para trabalhar”.
Questionámos Joaquim Santana se acha que o facto de o investimento camarário no sector da cultura ser canalizado maioritariamente para o Teatro Virgínia poderá pôr em causa o folclore e as bandas filarmónicas, mas a resposta foi branda: “É um assunto que só a Câmara poderá explicar. Não me compete entrar na política da Câmara sobre esse campo”.  
Em 2009, “Os Camponeses” estrearam no Teatro Virgínia, com casa cheia, o espectáculo “Riachos Intemporal”, inserido nas comemorações do seu 50.º aniversário.
Sabendo-se que o Teatro Virgínia pertence a várias redes de teatros, este espectáculo poderia ser sugerido a outros parceiros para angariar receita. Joaquim Santana concorda, mas volta a tornear o assunto: “É uma pergunta que deve ser feita à directora do Virgínia. Não sei como funciona essa rede, mas encaro essa ideia com bons olhos”.
“Os Camponeses” contam actualmente com 35 elementos, mas segundo o seu líder, existem alguns ex-componentes que desejam voltar. Já em relação à entrada de gente jovem para o Rancho, as coisas estão um pouco piores: “Não aparecem tanto como antigamente, nem lá perto, devido a vários factores e se calhar também por culpa nossa…”, remata Joaquim Santana, timoneiro dos Camponeses desde o início, encarando o futuro com alguma apreensão.
 
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