Falsa publicidade em listas telefónicas
O despacho formulado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) aponta o Centro Paroquial e Social de Riachos e a Escola Superior de Educação de Torres Novas como lesados num esquema de burla qualificada e associação criminosa. O Centro Paroquial terá sido lesado em 3980 euros, enquanto a Escola ficou sem 35 mil euros, sendo que o jornal Público refere que houve burlas até 80 mil euros.
A divulgação do caso, sob investigação pelo DCIAP há seis anos, foi feita em vários jornais nacionais no passado sábado. Resumidamente, uma empresa de listas telefónicas abordou centenas de vítimas reclamando valores relativos a publicidade que nunca existiu. Os burlões telefonavam às entidades para as pressionar a pagar facturas em atraso, sob pena de aquelas serem denunciadas publicamente e verem instaurados processos judiciais. Uns caíram no conto do vigário, outros não. Citado pelo Diário de Notícias, a acusação descreve “uma verdadeira estrutura empresarial que fazia a prospecção de mercado (…) nomeadamente organizações ligadas à solidariedade social, às Igrejas e ao ensino, cuja credibilidade pública se revestisse de particular importância”. O esquema terá rendido um lucro de três milhões de euros e atingiu mais de uma centena de vítimas por todo o país. 145 pessoas foram acusadas pelos crimes de burla qualificada e associação criminosa.
A acusação judicial diz que o antigo padre de Riachos, João Forjaz do Monte e Freitas, terá pago a verba para não colocar em causa do nome da instituição, recorrendo ao Centro e à sua conta pessoal. No entanto, uma fonte da actual direcção disse a o riachense que a fraude foi descoberta na altura (há cerca de dez anos) e que nunca se chegou a pagar nada, porque nunca existiu qualquer contrato assinado.
Já em relação à Escola Superior de Educação, foi impossível obter uma reacção durante o fim-de-semana.
