Na última Assembleia de Freguesia do ano, para além dos membros da assembleia, apenas um cidadão compareceu por breves momentos.
Nesse dia 13 de Dezembro, o relatório de actividades de 2010 foi necessariamente aprovado por unanimidade, sem que antes não tivesse existido a discussão de alguns pontos.
Nomeadamente a brevidade do documento, cuja conclusão justifica a incapacidade financeira para a execução dos objectivos com a falta de correspondência da Câmara, nomeadamente no que respeita ao incumprimento de protocolos destinados a obras específicas. “O facto de o relatório de actividades de uma freguesia com 6 ou 7 mil habitantes ter apenas uma página A4 diz tudo: não se fez nada”, concluiu José Jacinto, eleito pelo PSD.
As conclusões de Jacinto e Bernardino Carrilho (CDU) alinharam-se: “Vivemos numa terra desgraçada, por causa da Câmara de Torres Novas”, disse o autarca do PSD. Já Carrilho afirmou que a Junta continua a contradizer-se ao apontar repetidamente que a Câmara não corresponde, mas que continua a confiar nela. José Figueiredo respondeu que a oposição confunde o que é da responsabilidade da Junta e da Câmara, enaltecendo o facto de que quando a Câmara cede o material, a Junta executa, como no caso do calcetamento da rua Dr. Moreira.
Mais uma vez as contingências foram referidas (despesas fixas absorvem 80 % do orçamento anual da Junta, existindo apenas dois funcionários),
mas o executivo ainda verbalizou alguns trabalhos feitos durante do ano, como o arranjo de vários caminhos agrícolas, o levantamento, mapeamento e digitalização do cemitério, a ligação em rede dos computadores da Junta, ou ainda na área sociocultural, com os apoios pontuais às colectividades e famílias desfavorecidas.
A falta de informação foi trazida à liça por Carrilho para justificar a insatisfação notória dos cidadãos riachenses, o que leva “ao cenário triste desta audiência vazia”. Mais uma vez, a oposição foi concordante no que respeita à principal e reiterada função da Junta de Freguesia: fazer pressão contínua para que a Câmara proceda às obras e cumpra os protocolos: “Em lado nenhum se consegue saber dos resultados da pressão”, anunciou Jacinto.
Orçamento 2011
Na Assembleia de Freguesia de 13 de Dezembro foi votado e aprovado por unanimidade o plano de despesa e receita da Junta para o ano 2011. Os valores rondam o habitual, sensivelmente igual ao do ano passado. O orçamento é de 124 mil euros, sendo que das receitas totais, 70 mil vêm da administração central e 30 mil referem-se a protocolos de manutenção com a câmara. Na parte das despesas, 80 mil destinam-se ao pessoal, sobrando apenas 44 mil euros para o resto das contas e aquisições.
Quanto ao plano de actividades, refira-se a realização de trabalhos de consolidação e restauro de estruturas edificadas na vila, de uso público.
Doação do terreno junto ao rio rectificada
Depois de ter sido aprovada na Assembleia de Freguesia, a doação da parcela de terreno junto ao Rio Almonda, inicialmente intencionada ao dito Parque de Merendas, será finalmente rectificada. O terreno, agora legalmente na posse da freguesia e uma mais-valia reconhecida pelo presidente da Junta e por diferentes bancadas da assembleia, entra agora numa fase de reflexão e planeamento: “É altura de começar a pensar seriamente em fazer ali alguma coisa”.
Cardoso quer colocar em discussão pública os destinos do espaço para pedir um projecto à Câmara que vá ao encontro da visão acordada pelos riachenses. O presidente da Junta acredita que dentro de dois anos será possível usufruir do espaço.
20 bacalhaus de Natal para famílias carenciadas
A Junta de Freguesia informou que enriqueceu os 20 cabazes de Natal que a escola Chora Barroso vai dar a outras tantas famílias desfavorecidas, com um bacalhau para cada, contribuindo assim para atenuar desigualdade social numa altura em que a solidariedade é ainda mais relevante.
Jacinto propõe assembleia extraordinária junto ao Centro de Saúde.
Uma das medidas para atender à necessidade de uma maior proximidade da Junta com a povoação, foi a realização de assembleias de freguesia extraordinárias sempre que houver assuntos que necessitem de discussão. Um dos assuntos mais falados nas últimas semanas foi a falta de médicos no Centro de Saúde provocada pela aposentação de mais uma clínica em Novembro. A reportagem do assunto no último número d’o riachense foi apontada como exemplo de informação que estimulou a discussão entre os cidadãos sobre um assunto tão premente.
Ambas as bancadas da oposição defenderam a urgência de uma reacção da freguesia perante o que considerou ser uma carência que cria dificuldades graves a muitos riachenses. José Luís Jacinto avançou então com uma proposta à mesa da assembleia que deixou todos pensativos: a realização de uma sessão extraordinária junto ao Centro de Saúde, ao ar livre.
A ideia foi bem acolhida por vários membros da assembleia (o presidente António Simões esteve ausente, sendo a Mesa assumida por Rodrigo Teixeira), chegando a ser sugerido o novo jardim adjacente para a sua realização na próxima Primavera.
Pede-se pressão política para acabar com a pressão sobre as colectividades
“Não nos podemos vergar à força dos partidos ou das cores” foi o mote com que José Luís Jacinto apelou à coesão política para obstar medidas municipais que dificultam a vida às colectividades. Eleito pelo PSD nas assembleias de Freguesia e Municipal, o deputado lamentou a aprovação em Assembleia Municipal das propostas do PS de António Rodrigues para a taxação da divulgação das actividades das colectividades -nomeadamente as angariações de fundos - e para não atribuir subsídios em 2011.
Colectividade em apuros
José Júlio Ferreira, eleito para a Assembleia de Freguesia pelo PS e membro da comissão administrativa do Clube Atlético Riachense, enalteceu na sessão da A.F. a ajuda dada pela Junta ao clube. Referiu que, tomando conta do tratamento do relvado, torna viável a participação no campeonato nacional da 3.ª Divisão. “Tenho acompanhado o nosso Atlético pelo país nos jogos fora e pergunto-me cada vez mais: o que é que o Riacho (sic) anda a fazer no meio destas equipas?” atirou José Júlio, comparando com a disparidade existente entre a excelente prestação do Atlético e as condições que tem para trabalhar.
O deputado pediu também pressão política junto da Câmara para o apoio à colectividade desportiva, referindo que “o Atlético é representativo da terra” e que, se a equipa sénior vier a acabar por incapacidade financeira, é certo que arrastará as camadas jovens.
A necessidade das camadas jovens é também uma preocupação para o dirigente e deputado. O campo dos Casais Castelos, melhorado pela direcção anterior do clube para acolher as equipas jovens, obriga a uma despesa mensal significativa. Além de pedir solicitações de apoio financeiro da Câmara, José Júlio Ferreira reforçou que a construção de um relvado sintético não é assunto esquecido, facto agravado pelo concelho de Torres Novas ser o único que não tem um relvado sintético público para as equipas jovens dos clubes.