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Domingo,
05 de Maio de 2024
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Homenagem emotiva a Canais Rocha

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 Como não poderia deixar de ser, o tema liberdade esteve sempre em pano de fundo na homenagem ao ancião Francisco Canais Rocha, nas suas vertentes de homem, político e cidadão.

Foi justamente no dia em que se assinalaram 119 anos sobre a Revolta Republicana de 31 de Janeiro de 1891, que o Teatro Virgínia acolheu o evento no dia 31 de Janeiro, organizado em conjunto pela FARPIR (Federação das Associações dos Reformados, Pensionistas e Idosos do Ribatejo), pela ARPE (Associação de Reformados e Pensionistas), com o apoio da câmara municipal.
António Canelas, presidente da FARPIR, destacou os tempos em que “ir para a clandestinidade para lutar era despedirmo-nos de uma vida normal para ir para o desconhecido e até para a morte”, afirmou, aludindo ao facto de Francisco Canais Rocha ter sido preso pela PIDE em 1952 e em 1968.
O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, também esteve presente referindo que o Canais Rocha ficou marcado pela sua disponibilidade para a transformação da sociedade. Enquanto político, enalteceu a sua entrega de militante, num tempo muito difícil, que encarou com determinação e confiança. Numa outra vertente, Carvalho da Silva destacou que um cidadão pleno é aquele que tem uma intervenção política efectiva, fazendo-o do ponto de vista individual e colectivo, algo que o homenageado preconizou com distinção.
Francisco Canais Rocha, confirmou a veracidade da afirmação “felizes os homens que são homenageados em vida”, uma vez que lhes permite saber o que os outros pensam deles e, por outro lado, fazer um balanço do seu trabalho. “Pertenço a uma geração que lutava por um mundo melhor, mais justo, mais solidário. Os valores da liberdade e da solidariedade nortearam toda a minha vida. Defendi sempre a união de todos e hoje é tempo de balanço. Olhando para o caminho percorrido, creio que tal percurso não foi em vão e a prova, se necessária, é esta homenagem”, afirmou.
A Casa Memorial General Humberto Delgado, nas palavras do Carlos Trincão Marques, considerou esta uma justa e merecida homenagem a um homem que sempre lutou contra a ditadura, pela liberdade e justiça social.
O presidente da câmara também dirigiu os seus agradecimentos: “Obrigado por ter pensado sempre na sua terra. Mas também porque é um homem bom, simples, humilde, inteligente, porque só os inteligentes são bons, humildes e sensatos”.
O Grupo Coral da ARPE encerrou a sessão de homenagem.

 

Breve Biografia

Nasceu em Torres Novas, em 17 de Janeiro de 1930. Começou a trabalhar após a instrução primária como marceneiro, na empresa de Alberto Sepodes, e carpinteiro de moldes, nas metalúrgicas Lourenço & Irmão e Costa Nery. Mais tarde faria o curso do liceu, a licenciatura em História e o Mestrado de História Contemporânea.
Desde muito novo ligou-se aos movimentos sociais, políticos e associativos de Torres Novas. Em 1952 foi preso pela primeira vez pela polícia política e, depois de libertado, retoma a luta política e sindical em Torres Novas.
Funda as estruturas sindicais dos trabalhadores metalúrgicos, concelhias e distritais, integra direcções locais e regionais do PCP e adere às comissões de apoio às candidaturas de Arlindo Vicente e Humberto Delgado.
Ao nível associativo, esteve na fundação do Núcleo Campista “Raiar da Aurora” e do Cineclube de Torres Novas.
Em 1961 integrou a delegação dos trabalhadores portugueses ao V Congresso da Federação Sindical Mundial, realizado em  Moscovo. Em 1968 foi de novo preso pela PIDE, tendo sido condenado a 5 anos de prisão. Liberto da cadeia de Peniche em 1973, emprega-se no Sindicato dos Jornalistas e no Sindicato dos Electricistas e integra o grupo fundador da Intersindical, de que foi o primeiro coordenador-geral. Em Maio de 1974 é eleito delegado dos trabalhadores portugueses à 59ª Conferência Internacional do Trabalho (OTI), realizada em Genebra.
Foi fundador e dirigente da Associação Amigos de Torres Novas em Lisboa; em 1996 funda a ARPE, de que foi presidente. Em 1998, funda a Federação dos Reformados do Ribatejo, de que é presidente e, em 2002, a União das Colectividades e Associações de Torres Novas, de que também é presidente. Participou ainda na fundação da AGIR e da Associação Casa Memorial Humberto Delgado.
Recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Município de Torres Novas em 2003
Publicou dezenas de artigos sobre a história do movimento operário e sindical e sobre história local, em vários jornais e revistas, e alguns livros sobre o sindicalismo e a história do movimento operário, o último dos quais editado pelo Município de Torres Novas em 2009. 

 
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