o riachense

Sbado,
20 de Abril de 2024
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João Carlos Lopes fez uma etnografia da música moderna em Torres Novas

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João Carlos Lopes a acompanhar um histórico da música em Torres Novas: João Espanhol

Era agora ou nunca, diz Carlos Simões Nuno no prefácio do livro Nós Queríamos Ser Artistas – Para uma história da música moderna em Torres Novas (1945-1982), referindo-se ao faro do autor para identificar a “urgência histórica” de registar os episódios decisivos e os protagonistas da chamada música moderna em Torres Novas, através das suas próprias memórias e palavras.
 
Dando naturalmente mais detalhe aos principais nomes da música torrejana, o livro aborda a história de conjuntos como o Níger, que nos anos 1980 chegou a ser um dos conjuntos há mais tempo no activo em Portugal, os Kalyfas, os Gringos, ou a biografia de João José “Espanhol”, “uma estrela nascida no Ribatejo”, que mereceu uma dedicatória especial no livro.
 
O lançamento daquele que pode bem ser o best-seller de João Carlos Lopes foi no dia 24 de Outubro no Estúdio Alfa, na presença de quase 200 pessoas que encheram o auditório para ver desfilar no palco artistas como os TRB, Denis, Sílvia Alcobia, Vítor Xarepa com Vanessa Ribeiro e Artur com Lucas Lemos ou para testemunhar a interpretação de Lisboa, Menina e Moça por João “Espanhol” que, aos 86 anos, ainda domina o microfone como quando era um jovem artista de variedades e vocalista dos Níger.
 
Toda a festa foi uma celebração da música feita no concelho de Torres Novas, a propósito de um livro que é uma paixão mas também uma verdadeira etnografia, pela proximidade do investigador ao objecto estudado e por a história da música ser contada pelas palavras dos próprios protagonistas. Além das palavras, o livro vale ainda pelo magnífico acervo fotográfico que o autor conseguiu reunir, ilustrando cantores, grupos e espectáculos que dão o testemunho visual da época e dos seus protagonistas musicais.
 
João Carlos Lopes, também ele inscrito no livro enquanto músico pertencente a grupos desde os anos 70, vem publicando, há 30 anos, ensaios e livros que abordam temas da história e da cultura local, com especial atenção para as questões da cidade, da etnografia e do associativismo, em particular a história do futebol na região e da música popular no concelho de Torres Novas.
 
Um elemento ambicioso deste trabalho é a “pequena enciclopédia da música moderna em Torres Novas entre 1955-2014”, um anexo que conta com mais de 150 entradas que regista todos os nomes apurados pelo autor, cuja maior parte é, naturalmente, do período entre 1982 e os dias de hoje.
Inevitável seria o tom de homenagem – porque às vezes basta escrever sobre certas pessoas, com o intuito de fixar a sua história, para parecer logo uma homenagem - aos músicos que deixaram marcas com força suficiente para influenciar o rumo da história ou pelo menos da história dos conjuntos por onde passaram durante as décadas precursoras de 1950/60/70/80, como o já referido João “Espanhol”, o Xarepa ou o Manuel Abreu, um dos melhores guitarristas do concelho, que passou pelos Harém, Ogiva e Tempo e Modo, desaparecido prematuramente.
 
Nesta enciclopédia lá estão ao longo das décadas os nomes dos Alémmar (décadas de 90/2000), Almamente (90/2000), Atlantis (80), Banda 5, Banda Bar (2000), Bot’Abaixo (80/90), Mantra (2010), Nayr (década de 60, o conjunto riachense que ficou na história por ser na sua época o único com uma rapariga vocalista, Helena Costa Vieira), Ogiva (70/80), Orange Crush (90) Os Outros, Português Suave (2000/2010), Purgatório (80/90), Sadrega (80/90), Santa Boémia (90), Stromata (70), Telex (80), Tempo e Modo (70/80), Youthcandles (90/2000). Na secção de outras músicas, em que se inscrevem os artistas de géneros fora do âmbito do rock/pop/yeyé/moderna, lá estão, também nos músicos riachenses, a Célia Barroca, Pedro Barroso, Teresa Tapadas, as Cantadeiras, Cantigas de Cá, Nosyvozes, Cepa Torta ou Chão da Feira.
 


Actualizado em ( Quinta, 29 Outubro 2015 13:19 )  
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