o riachense

Sexta,
26 de Abril de 2024
Tamanho do Texto
  • Increase font size
  • Default font size
  • Decrease font size

Se fosse uma estrada nacional, já estava resolvido

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF

Velhos assuntos demoram a morrer e, pelo menos este, a população de Riachos parece não estar disposta a esquecer. Ainda não tinha passado muito tempo desde que a questão do acesso irregular ao terminal MSC, no concelho do Entroncamento, pela Estrada do Relvas, na freguesia de Riachos, tinha sido levada à Assembleia Municipal, já este ano, pela voz de Cristina Tomé, da CDU.
 
Desta vez, foi Farinha Madeira que, no período de intervenção do público na última sessão da Assembleia de Freguesia acusou a Câmara do Entroncamento de licenciar “uma actividade para a qual não deu nenhum acesso. A Câmara de Torres Novas fechou os olhos, sei que não há nada escrito”. Depois de algum consenso ter ficado patente no seio da Assembleia, Alexandre Simas, presidente da Junta, disse que vai oficiar a Câmara e levar o assunto à Assembleia Municipal.
 
Este porto seco do segundo maior operador mundial de contentores por via marítima foi inaugurado em 2009 após um investimento de 12 milhões de euros e movimenta várias centenas de contentores mensalmente, tendo as percentagens de ocupação sempre muito altas. Entra-se nele pela Variante de Riachos, junto ao Viaduto do Relvas. Inicialmente o traço contínuo criava dificuldades aos camionistas, que tinham de o pisar para conseguir entrar no terreno do MSC, viessem do lado da Agromais ou do lado do Tocha. 
 
O perigo espreita naquela curva, diz Madeira: o traço contínuo existia porque, de facto, a visibilidade é reduzida, não há sinais de aviso sobre a entrada e saída de veículos e à noite a zona está às escuras. “O problema é ser uma estrada municipal, porque se fosse nacional, já estava resolvido”, disse o eleito à Assembleia Municipal de Torres Novas pelo BE no mandato anterior.
 
O facto é que não há registo de qualquer tentativa de entendimento entre os anteriores presidentes de Câmara do Entroncamento e Torres Novas. Em 2010, António Rodrigues classificou a situação de “uma pouca-vergonha” e resolveu o assunto descontinuando o traço contínuo. Algum tempo depois, Jaime Ramos rejeitou a existência de qualquer irregularidade naquela estrada municipal, assim como da necessidade de articular esforços com Torres Novas para criar um acesso regular ao terminal da operadora suíça. O ex-autarca entroncamentense disse ainda a O RIACHENSE que o projecto de ligação da Zona Industrial do Entroncamento (ZIE) à variante de Riachos estava concluído e que o financiamento da obra era da MSC. Mas nunca arrancou.

MSC é favorável ao melhoramento do acesso
Quatro anos depois, após as mudanças dos executivos, tentámos perceber em que ponto se encontra o processo e se existe intenção de resolver o problema das acessibilidades da ZIE. Do município do Entroncamento não obtivemos esclarecimento e Pedro Ferreira, o presidente da Câmara de Torres Novas, disse que os municípios vizinhos têm um projecto comum para candidatar ao actual quadro comunitário, relativo à nova ligação rodoviária da A23 aos dois terminais (MSC e TVT), sendo que tal dependerá de contactos governamentais para reconhecer a importância do assunto.
 
A MSC Portugal assumiu que a actual situação “não é muito funcional” e que está “sempre disponível para encontrar soluções que a todos beneficiem”, assim como para participar “em qualquer solução que represente uma efectiva melhoria do acesso”. O director Nuno Josefa ressalva, contudo, que qualquer intervenção no terreno não depende da MSC, tratando-se exclusivamente de uma competência camarária.
 
Apesar dos constrangimentos à circulação automóvel que a configuração daquele troço de estrada municipal provoca, a empresa garante que nunca houve qualquer sinistro ou contra-ordenação decorrente da entrada de camiões ou outros veículos no recinto, em cinco anos de utilização. Existe uma sensibilização constante junto dos motoristas dos camiões, para que haja cautela nas manobras de acesso, refere a empresa antes de reiterar que “obviamente, somos favoráveis ao melhoramento do acesso, de forma a permitir uma melhor circulação, mais fluida e menos complicada”.
 
O terminal rodo/ferroviário do Entroncamento movimenta cerca de cem camiões por dia mas, diz o director, não são “nem de perto nem de longe os únicos a circularem nas estradas do concelho, nomeadamente nas circundantes ao terminal, não sendo sequer a maior percentagem dos mesmos”.
Actualmente o terminal dá emprego directo a 25 pessoas. A segunda fase do projecto, uma plataforma logística de 150 mil m2 que era para ter arrancado em 2011, ficou suspensa, aguardando pela retoma da economia nacional. 
 
A Rotunda dos Bois e a Rotunda Fernando Cunha são testemunhos do volume de trânsito pesado que transita na chamada Variante de Riachos, que inclui a Avenida do Senhor Jesus dos Lavradores e a Avenida dos Boieiros. O alcatrão está bem marcado pelos rodados dos camiões e os remendos são muito visíveis.
Actualizado em ( Quarta, 18 Junho 2014 16:37 )  
{highslide type="img" height="200" width="300" event="click" class="" captionText="" positions="top, left" display="show" src="http://www.oriachense.pt/images/capa/capa801.jpg"}Click here {/highslide}

Opinião

 

António Mário Lopes dos Santos

Agarrem-me, senão concorro!

 

João Triguinho Lopes

Uma história de Natal

 

Raquel Carrilho

Trumpalhada Total

 

António Mário Lopes dos Santos

Orçamentos, coisas para político ver?
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária