o riachense

Quarta,
24 de Abril de 2024
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Entrevista a José Martins: «A ver se damos cor a Riachos»

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A falta de água, por causa do seu custo alto, é uma das principais preocupações para a manutenção dos espaços verdes da freguesia
 
José Martins diz-se um homem de campo, avesso ao trabalho de secretária. Três anos depois de se ter reformado, este antigo funcionário do ministério da agricultura, agarrou uma colaboração com a Junta que o obriga a aprender mais sobre as plantas e a jardinagem.
A morar em Riachos há 38 anos, agora abordam-no na rua com assuntos da freguesia. “O que eu puder ajudo” diz, mas queixas é com a Junta.

Em que consiste a sua colaboração? É o assessor para os jardins.
Eu não sou assessor, não sou pago. Simplesmente aconselho. Quando eu entrei para a lista, pouca gente me conhecia aqui. Entretanto comecei a andar de olhos abertos para ver como é que se pode melhorar isto. Agora vou assentando num caderno aquilo que vejo que é preciso.
Sempre que o Luís [operacional da Junta] precisar, se eu souber, digo-lhe como se faz, se não souber, vou aprender. Ele pergunta-me e eu ensino-lhe, ele gosta de aprender, o que é óptimo. Sempre no intuito de melhorar isto, a ver se damos cor a isto.
 
Como é que entrou nisto?
E eu entrei nisto um bocado por 'pressão' do Simas. Porque isto da política, quando mais eu conheço, menos gosto. Quero dizer, não gosto é de partidos. Da política, gosto. Eu até podia ajudar sem pertencer à lista [do GRUPPO], qualquer riachense pode ajudar. Aliás, há aí um indivíduo que já solda bancos, aqui há dias caiu um sinal e ele soldou e pintou aquilo, para ajudar. 
Em Riachos, há de certeza gente [reformada] com as mais diversas profissões, com tempo suficiente para fazer alguma coisa, com tanta coisa aí para melhorar… Por exemplo, temos os bancos para pintar, não há aí uma pessoa que saiba pintar bancos? 

Qual é o balanço que faz, neste ponto?
Não é por vaidade, mas eu acho que está muito melhor. Riachos era um herbário, um herbário escandaloso. Agora já começa a estar tudo cortado, tudo como deve ser. As eleições foram muito tarde, numa altura terrível, com muita chuva. Nós para podarmos as árvores na Casa do Povo, o Luís andou semanas, porque chovia, chovia… E depois, tudo o que era máquina, estava avariado. Teve de se comprar uma moto-serra, senão não se fazia nada. Pegou-se na roçadora avariou, pegou-se na gadanheira avariou, pegou-se no corta-relva avariou. Com muitas condicionantes, fez-se tudo o que está feito. 

Está a dizer que foi o recuperar dos anos em que ficou tudo por cuidar?
Aquela rotunda dos bois e o jardim do centro de saúde, as estradas, tudo cheio de ervas, isto estava calamitoso na minha opinião. Muitas árvores, se não fossem podadas como foram, morriam. Outras, ninguém lhes tocava porque estavam com medo não-sei-de-quê, outras estavam podres… As ervas em frente à Caixa [Agrícola] já tinham se calhar dois mandatos, as roseiras estavam a metade e agora dão flor… melhorou-se imenso o ‘Riacho’.
O Simas diz que há 16 mil m2, mas eu acho que há mais. Há aí sítios que eu nem sabia que existiam…

Sem água também não é fácil cuidar de jardins…
Agora já há alguma água, mas não vai ser fácil recuperar tudo. Por exemplo, na rotunda dos bois já só lá há infestantes, não sei se ainda lá vai crescer alguma relva, como no Jardim da Vila. Agora para ficar bonito, tem que ser tudo recuperado. Era ‘queimar’ tudo e fazer tudo de novo, excepto o sistema de rega, que é o mais caro, mas isso já tem. Mas é uma coisa para se ir fazendo. Tendo a garantia de que há água, porque jardins de sequeiro, não conheço.

Estaremos condenados a, a longo prazo, voltar ao herbário?
Não… agora é mais difícil isso acontecer. A maior parte das ruas já foram tratadas com o herbicida. É evidente que, em época de chuvas a erva vem cá para fora, mas nunca vai ser daquela maneira, vai ser mais fácil voltar a fazer o tratamento. Mas eu não sou bruxo, não sei se o herbário vai voltar…

O que acha das rotundas que temos?
Realmente, havia a tendência para fazer rotundas complexas, caríssimas e, outra coisa, opacas, que não permitem a visibilidade. Agora já há uma legislação para contrariar essa tendência.
Agora o que está feito, acho bem que se mantenha, tem de estar bonito, senão é um mono que ali está. Eu cá gosto de tudo simples. Em jardinagem, quanto mais simples melhor. As pessoas têm tendência para complicar um jardim, mas quanto mais complicam, mais difícil é de cuidar e mais feio.

O Jardim 25 de Abril, o que lhe fazia?
Há ali árvores para deitar abaixo. Aquelas maiores, é um perigo que ali está. As casuarinas, os choupos e os plátanos estão altíssimos. Por questões de segurança e para que haja entrada de luz. As plantas que estão cá em baixo, umas precisam de penumbra, outras de sol, outras de menos sol… e só lá há sombra.
A parte de cima tem lá um sítio giríssimo que, de cada vez que lá passo, olho para aquilo e lembro-me de que é espectacular para jogar à malha, ainda por cima há ali um café perto, não percebo porque nunca lá está ninguém. É um espaço catita, podiam-se entreter com jogos tradicionais.

As árvores do adro da igreja, que nunca mais crescem?
Não vê por aí nenhuma daquelas grande. Quando andavam à procura de árvores para ali, eu aconselhei colocarem tílias. Com uma torre daquelas, um espaço daqueles, na minha opinião, dever-se-ia pôr uma árvore em conformidade com o espaço. 

O jardim da segunda fase?
Aí vai morrer tudo. Tem sistema de rega, mas não tem água. Eu tinha vergonha, até há pouco tempo, de que alguém fosse a minha casa e lá passasse. Agora está limpo, vai morrer tudo, com o calor, mas pelo menos está limpo. 
E na primeira fase trabalhou-se muito. Havia pimenteiras com ramos na horizontal e para dentro, como eu nunca tinha visto. Tiveram um desbaste que foi uma coisa doida. Fez-se muita coisa mas não está acabado. Acabou o matagal. Agora é melhorar as coisas, dentro das possibilidades e com água, claro.

E substituir as plantas com menos necessidades de água?
Não sou contra isso, mas a rega está preparada para determinada cobertura de solo e não se pode alterar muito para além disso. Se eu for trocar o relvado por flores que precisam de menos água, no dia em que eu for regar aquilo, a água sai dos aspersores e só rega a primeira fiada de plantas.

Remodelações no largo?
É melhorar isto. Com duas ou três coisas isto ficava bonito. A cabine telefónica, é um monstro que ali está, substituía-a por aquelas antigas inglesas que a PT teve. Passávamos a ter ali um bibelô metido. Mas isso, cada um tem a sua estética…
Mais uns vasos aqui… Ali naquele espaço (na zona das antigas retretes), meter alguma coisa para ficar mais atraente, uma pérgola eu acho que ficava ali muito bonito.
 

Actualizado em ( Quarta, 28 Maio 2014 12:09 )  
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