o riachense

Quinta,
25 de Abril de 2024
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Ser a única vila do concelho não chega, se não houver investimento sério e realista por parte dos organismos oficiais

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Comemorações do 30º aniversário da elevação de Riachos a vila.

Simas pediu à Câmara que acelere a delegação de competências para que a Junta possa encontrar «soluções para os anseios e necessidades da população»

O trigésimo aniversário da elevação de Riachos a vila foi comemorado numa cerimónia solene na Casa do Povo, no dia 16 de Maio, que teve dois momentos significativos: o discurso de Alexandre Simas e o lançamento do novo livro de Manuel Carvalho Simões.
 
No primeiro momento, o presidente da Junta, no espírito das comemorações do 16 de Maio, convencionado ao longo das últimas três décadas como o dia de Riachos, recordou o acto administrativo da passagem a vila, fez uma breve súmula do que existia antes e do que por cá se criou depois de 1984 e valorizou a “antiguidade e o percurso histórico [de Riachos] que se materializou numa identidade colectiva peculiar, partilhada pelas gentes desta freguesia”.
 
Verificando que a maior das razões justificativas que levaram à elevação a vila já não se verifica hoje em dia, disse que ao contrário de 1984, a pujança de Riachos hoje não parte tanto da indústria ou do comércio existentes, mas também deixou palavras de “louvor aos empresários que ainda resistem nesta terra e que continuam a investir no futuro”.
 
Mas a tónica que mais atravessou o discurso, contudo, tem a ver com aquilo que mais afecta a actividade da Junta e o desenvolvimento da freguesia: a relação com a Câmara e a negociação das transferências de competências para a freguesia, a selar em acordo brevemente.
 
Os representantes do município presentes, Pedro Ferreira, Luís Silva e Elvira Sequeira, ouviram o presidente da Junta a lembrar que “a dinâmica social da vila deve ser mais apoiada e valorizada exteriormente”, que “é importante olhar para o ambiente e para o património cultural”, e que “devemos olhar para a manutenção das infra-estruturas existentes e pugnar pela construção das que faltam”.
 
No que Simas chamou de “novo paradigma de actuação autárquica”, a relação entre as autarquias passará pelo “diálogo prático” com os agentes locais e pela implementação de “medidas conjuntas”, sublinhou. Câmara e Junta “autonomamente e em conjunto” deverão apostar em políticas de proximidade, pois “a função tutelar da Câmara não deve ser afectada pelo afastamento e, por vezes, desconhecimento dos problemas, factores que podem demorar a resolução dos mesmos”.
 
Num momento em que é preciso “deixar de parte o supérfluo e o acessório, desperdiçando meios e recursos cada vez mais escassos”, Simas abordou a necessidade de investir na área social, sobretudo devido às dificuldades do próprio País, que se reflectem agravadamente em cada local.

Riachos tem 4% do orçamento de concelhos com a mesma dimensão
Outro recado deixado ao município foi a questão financeira: “ser a única vila do concelho não chega, se não houver investimento sério e realista”. Simas enumerou concelhos como Golegã, Castelo de Vide ou Marvão, que poderiam ser equiparados à freguesia de Riachos, em termos de população, mas cujos orçamentos anuais (até 4 milhões de euros) não são equiparáveis ao de Riachos, apenas 4 a 5 % daquele valor.
 
“Será justa essa diferença?” questionou Simas. Na eterna procura de maior autonomia, à autarquia riachense não são permitidas “grandes opções em termos de planos de actividade”, disse, exemplificando com a insustentabilidade que a gestão dos espaços verdes representa para a Junta, nomeadamente quando o preço da água torna incomportável o esforço. “Vamos recorrer ao betão para colocar nas rotundas? Vamos pavimentar os parques, privando as crianças de uma vida saudável e em ambiente natural?”
 
Num apelo à Câmara Municipal para que acelere as delegações de competências através de acordos de execução e contratos interadministrativos (cujos contornos podem beneficiar mais ou menos a autonomia da freguesia) Simas evidenciou que a Junta, “mais próxima dos anseios e necessidades das populações locais”, pode ser mais eficaz a encontrar soluções que não necessitem de grandes investimentos públicos.
 
Por fim, deixou um recado aos órgãos de informação, lendo o texto de intenções fundador do jornal O RIACHENSE, publicado no número um, em 1908, em que ficou plasmada a independência política deste órgão e a sua importância na defesa do “bem da sua terra”.

“A autonomia tem de permitir que as pessoas sonhem” 
A perda de autonomia das autarquias locais foi o fulcro da intervenção de Pedro Ferreira em Riachos, tema cada vez mais caro, de resto, a este autarca há mais de 20 anos em funções no município. O presidente da Câmara ilustrou dizendo que “se Riachos fosse hoje uma aldeia, duvido que passasse a vila”. 
 
Falou ainda no eterno potencial por realizar em Riachos, cujo bom desenvolvimento teria consequências positivas no próprio desenvolvimento da economia nacional, por causa da boa localização, das infra-estruturas “brutais” que existem. Quanto à “parte social, já ninguém tem nada a ensinar a Riachos”, elogiou.

Evocação de Pedro Barroso e a Pereira Jorge
Alexandre Simas arrancou aplausos da audiência quando, no fim do seu discurso, enviou “um abraço solidário a um grande embaixador de Riachos”, o músico Pedro Barroso, seu amigo pessoal, evocando ainda outra figura pública riachense que se confronta, igualmente, com difíceis problemas de saúde, António José Pereira Jorge, presidente da Junta até 2001.
 

Actualizado em ( Quarta, 28 Maio 2014 11:49 )  
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