o riachense

Sexta,
26 de Abril de 2024
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Pedimos uma história sobre Manuel Pé Leve e ele conta-nos uma história sobre Riachos

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Porque “parte muito importante de Riachos são as memórias”, como reparou Alexandre Simas, nada mais adequado à comemoração do aniversário da vila do que o lançamento de um livro de Manuel Carvalho Simões.
 
O segundo volume de Histórias da Nossa Gente reúne cerca de trezentas crónicas seleccionadas que Manuel Carvalho Simões escreveu para O RIACHENSE desde 1998, ano em que publicou o primeiro volume destas memórias, episódios mais ou menos anedóticos, evocações históricas, digressões pelos campos antigos, lembranças de gentes, lugares, meninices, acasos da vida. Na sua bibliografia conta ainda, além destes dois livros, com o Riachos em verso e outros versos e Cantigas da Nossa Terra.
 
Na sua simplicidade, Manuel Carvalho Simões, um “bairrista um bocadinho doentio”, como se descreveu na cerimónia na Casa do Povo, teve uma intervenção pequena. E como não podia deixar de ser, o seu discurso foi contar uma ‘estória’, das que ajudam a compor a história. Nela definiu bem a identificação que tem com a sua própria terra, numa ligação para si essencial. A história passava-se na sua juventude, quando se casou e começou a juntar dinheiro para a casa. Foi a Torres Novas depositar cinco contos, mas quando chegou ao banco verificou que ainda lhe faltavam cinquenta escudos. Vendo Pé Leve enrascado, um desconhecido ao seu lado disse-lhe: “é de Riachos? Então tome lá os cinquenta escudos e quando puder vá entregá-los à farmácia Vidal”.
 
“A história não é só aquela contada pelos historiadores, é também o somatório das pequenas histórias”, disse José Tomé, ilustrando sobre as histórias com humor, com seriedade, histórias boas e histórias más, tristes e alegres, que se encontram neste livro e que os leitores de O RIACHENSE já estão habituados.
 
José Manuel Martins tomou o palanque para homenagear o autor de 83 anos. Já o tinha feito na Assembleia de Freguesia, e voltou a enfatizar que Manuel Pé Leve é o “paradigma do que é aprendizagem ao longo da vida, é um caso de estudo”, a história de vida deste riachense dava para uma tese de doutoramento, disse. O presidente da Assembleia de Freguesia lembrou que “quando foi para a tropa, o senhor Manuel era praticamente analfabeto e hoje é quase um rato de biblioteca”, é “um poço de saber e um exemplo para qualquer pessoa que desacreditou na vida”, enfim “a prova viva e provada de que se aprende ao longo de toda a vida”.
 
“Quem quer contar a história da nossa gente, é pegar nos livros de Manuel Pé Leve”, referiu Martins ao incluir o autor no lote de escritores riachenses consagrados que publicaram mais do que duas obras sobre a sua terra, entre Joaquim Santana, Chora Barroso e José Gonçalves ou outros, como Manuel Lopes, que editou um livro sobre a história do Atlético Riachense.
 
Esta edição de autor, que pode ser adquirida na sede do jornal, na papelaria Jornalinho e no NAR, teve a participação de João Tomé, José Tomé e José Manuel Martins como revisores dos textos e de João Tomé e Sofia Ferreira como gráficos. O neto Filipe Simões participa com quatro ilustrações e José Coelho fez o desenho da capa.
 
O filho mais velho, José Manuel Simões, recordou os tempos em que ajudava o pai a recolher histórias. Testemunhou por diversas vezes as abordagens que ele tinha com toda a gente, “muitos já eram velhotes”, em tentativas conscientes de recolher histórias, cantigas e memórias antes que se perdessem. “Eu era novo, fui com o meu pai, de gravador na mão. E o que aconteceu foi que fomos a uma taberna, a do Recôco, e o meu pai pôs uma taberna cheia de homens a cantar em voz alta”.
E nunca mais parou.
Actualizado em ( Quarta, 28 Maio 2014 11:36 )  
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