o riachense

Quinta,
28 de Março de 2024
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Velha Filarmónica passa os 130 anos com o objectivo de melhorar o calibre musical

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Filarmónica Goleganense tocou em Riachos pela primeira vez. Fotografia: Filipe Simões 
 
A festa dos 130 anos de vida da Sociedade Velha Filarmónica Riachense foi celebrada no dia 8 de Março e inaugurou, em termos de visibilidade pública da Banda, a era da sua nova direcção. O novo presidente, José Manuel Graça, sucedeu a Carlos Mendes, maestro e anterior presidente, e não representa uma ruptura na linha que tem orientado a vida da Banda nos últimos anos. Antes pelo contrário; como o próprio refere, quando foi convidado para se candidatar a presidente a condição que impôs foi a permanência de Mendes na direcção musical, algo que o próprio andava a ponderar não fazer, depois de 15 anos a assegurar o lugar.
 
Acabou por fazê-lo e, a meio da festa dos 130 anos, quando aconteceu uma homenagem dos músicos, o maestro disse: “estou pronto para mais 15â€. José Graça tirou-lhe a parte administrativa das mãos e agora, uns meses depois de ter ficado só com a parte artística, o maestro está satisfeito.
A meio do concerto da Banda, na tela projectou-se um filme com imagens e testemunhos de vários músicos sobre o maestro. A produção, de Filipe Simões, foi feita nas últimas semanas às escondidas, para que Carlos Mendes não se apercebesse. Não estava incluído no programa e ele emocionou-se, “fartou-se de chorarâ€, mesmo. “O mérito dá-se a quem o tem e se a banda atingiu este patamar foi graças ao Mendes. No papel dele é preciso ser um excelente comunicador, tanto para miúdos e graúdos, que por vezes precisam de uma conversa. E o Carlos tem isso tudo: maestro, músico e comunicadorâ€. A avaliação é do novo presidente.
 
Satisfeitos parecem estar todos, aliás. Os 73 músicos – todos formados na casa – não arredam pé, apesar de serem cada vez mais os que se aproximam da idade de ir estudar para fora ou de entrar na vida do trabalho. José Manuel Graça diz que vários deles fazem de facto um esforço suplementar para continuar a ir aos ensaios e às actuações. Ele próprio músico da banda, onde toca saxofone alto há 32 anos, frisou no seu discurso a importância da mistura de gerações desta banda, que é uma das poucas da região que não contrata músicos externos para as actuações. Apesar de não haver falta de membros, a prospecção de novos aprendizes continua sempre. Neste momento, há mais 15 jovens músicos na escola de música da Banda.
 
Além de educar, também servir e dignificar são os pilares de orientação eleitos por José Graça, no seguimento da filosofia da direcção anterior, a que já pertenceu nos últimos dois mandatos. Para servir a população, quer uma colectividade aberta; não ficar à espera que seja a comunidade a vir à colectividade, mas ir ao encontro dela, mostrando a sua presença com actividades. Para já, há duas programadas: o habitual jantar-concerto, em Outubro, e antes disso, as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, algo que Banda já não fazia há muito tempo. Neste dia, a orquestra ligeira vai ao Largo apresentar temas alusivos a Abril, mas também numa espécie de ante-estreia de alguns temas do novo cd (o 4.º), que vai ser gravado este ano. 
 
Para dignificar a banda, o objectivo é trabalhar os músicos para melhorar o calibre musical. Proporcionar os meios materiais, nomeadamente através da conclusão do programa do PRODER até Junho, com o isolamento acústico do balcão e das salas de aula e a renovação de instrumentos. Nestes dois últimos anos deu-se privilégio às obras, agora vai ser dado ao plano musical. Aliás, antecipa-se algo inovador na realidade das filarmónicas da região: a existência de um oboé e de um clarinete baixo. São muito caros mas vão permitir oferecer “mais qualidade musical à populaçãoâ€. 
Por falar em dignificar a música, perguntámos a posição do novo presidente sobre a Casa da Cultura. A resposta é a mais pragmática possível: se isso alguma vez acontecer (o que não acha provável), a Banda tirará vantagens de um segundo espaço para desenvolver a sua actividade, será um “espaço-extraâ€, muito bem-vindo, mas a sede da Banda ninguém lha tira.
 
As comemorações dos 130 anos levaram em arruada os músicos ao cemitério, como sempre, e ao Largo, para fazer uma coisa pela primeira vez: receber a Banda vizinha da Golegã. Cada uma tocou o seu hino, e pode considerar-se uma reunião histórica, porque a Velha Filarmónica Riachense nunca tinha tocado com a Goleganense 1.º de Janeiro, apesar dos 82 anos desta e da proximidade geográfica. E de historicamente ter sempre havido intercâmbio de músicos: o actual presidente aprendeu lá as primeiras notas. Há muito tempo que não se convidavam bandas para vir tocar a Riachos, o que começou a mudar no ano passado com a banda do Pedrógão.
 
Sobre mais um aniversário, o que dizer? José Graça mostra-se muito entusiasmado com o papel a que chegou na Banda que conhece e vive praticamente desde que se conhece a si próprio (o seu pai também passou por muitas direcções), e fala da Grande Cruz da Ordem do Infante, do estatuto de utilidade pública, das medalhas, do louvor público da Junta, enfim dos reconhecimentos institucionais que lhe dão orgulho pelo “passado, pelo presente e pelo contributo que já foi dado por todas as pessoas que já aqui passaram. Só assim se consegue esta longevidadeâ€.
 
A longevidade das instituições atinge-se pelo reconhecimento dos membros. Desta vez, a habitual cerimónia de condecoração aos músicos que atingem determinado tempo de banda teve a particularidade de serem músicos familiares a entregar as insígnias aos mais novos. Ao todo foram entregues oito insígnias de cinco anos de banda, duas de dez anos e dois prémios de assiduidade para dois músicos que nunca faltaram aos ensaios ou actuações ao longo de 2013. E estrearam-se seis novos talentos: Alexandra Graça, Irina Ramos, Filipa Luz, Mariana Triguinho, Rúben Candeias e Joaquim Candeias.

Actualizado em ( Quarta, 19 Março 2014 15:55 )  
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