o riachense

Quinta,
28 de Maro de 2024
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Alexandre Maniés restaurou o mais antigo Cristo crucificado do país

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Depois de dois anos de investigação, o restaurador de Riachos viu o seu trabalho reconhecido. Foto CM Matosinhos
 
Há muitos anos a trabalhar no norte do país, com maior incidência na zona do Porto, o riachense Alexandre Maniés foi o responsável técnico pela intervenção de consolidação e restauro da imagem do Bom Jesus de Matosinhos, uma das mais importantes peças de arte sacra do país.
O Senhor de Matosinhos está associado à lenda local que deu origem à romaria e que diz que no ano 124 o mar depositou na praia de Matosinhos uma imagem de Jesus na cruz, esculpida pelo bíblico Nicodemos, testemunha privilegiada dos últimos momentos da vida de Cristo.
 
Embora não seja assim tão antiga quanto a lenda pretende, é considerada uma das mais antigas imagens de Cristo crucificado em tamanho natural da Península Ibérica. Alguns pormenores estudados pela história da arte justificam a sua antiguidade, como por exemplo a disposição das pernas neste tipo de representação, que no início eram hirtas e só progressivamente foram sendo construídas seguindo uma curva sinuosa para um dos lados, ou os pés pregados separadamente em vez de sobrepostos e, ainda, o longo saiote que cobre a cintura do Cristo, que chegando neste caso aos pés, aponta para a construção durante a época medieval, no século XII ou XIII.
 
A Câmara Municipal de Matosinhos financiou a maior parte dos custos da operação de restauro tutelada pela Fábrica da Igreja Paroquial do Salvador de Matosinhos, que a realizou no âmbito do projecto da tese de mestrado em restauro de Alexandre Maniés na Universidade Católica do Porto.
 
O município diz, num comunicado emitido aquando da apresentação da tese, em Janeiro passado, que, além da relevância que a imagem tem no culto e na memória colectiva da comunidade local, a valorização da imagem através do restauro contribui para a valorização turística do concelho, do ponto de vista “daqueles que buscam no nosso país motivos de interesse patrimonial e histórico”.
 
Os trabalhos de consolidação e restauro, que recorreram às mais modernas técnicas, incluindo  TAC, radiografia, espectrometria de fluorescência, raios x, análise microscópica, orientados por Maniés, revelaram  aspectos “verdadeiramente surpreendentes e até agora desconhecidos”, como a existência de elementos metálicos oxidados, infiltrações de humidade, perda de revestimento decorativo ou ataques de insectos. Mas não é possível percorrer numa reportagem todo o trabalho de análise, diagnóstico e restauro realizado entre 2011 e 2013.

Assembleia de Freguesia aprova “nota de apreço”
O restaurador fez a defesa da dissertação da especialização em escultura no dia 17 de Janeiro na Universidade Católica do Porto, tendo o júri atribuído ao trabalho 19 valores. Na sessão da Assembleia de Freguesia de Riachos do dia 27 de Fevereiro, o presidente José Manuel Martins evocou o trabalho de Alexandre Maniés, dizendo que “além do reconhecimento do trabalho dos riachenses cá, devemos estar atentos ao que fazem lá fora”. A nota de apreço foi aprovada pelos membros da Assembleia, tendo Martins exortado para que estes, no futuro, divulguem casos semelhantes, merecedores do reconhecimento do órgão autárquico.
 
Ainda em Janeiro, o trabalho do Senhor de Matosinho foi motivo de uma ampla reportagem televisiva do Porto Canal, onde Alexandre Maniés referiu que os anos dedicados a este trabalho lhe deram um prazer enorme. Entretanto, fez já diversas apresentações do seu trabalho, incluindo no Politécnico de Tomar, e agora encontra-se a realizar diversos trabalhos de ateliê, à espera do próximo desafio de grande dimensão, provavelmente na zona do Porto. 

Actualizado em ( Quinta, 13 Março 2014 14:49 )  
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