o riachense

Quinta,
28 de Maro de 2024
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Rancho apagou as 56 velas

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O Rancho Folclórico “Os Camponeses” de Riachos continua a encher a sala (Salão de Santa Maria, pela terceira vez) de cada vez que celebra o aniversário. O 56.º comemorou-se no dia 18 de Janeiro, em género de grande reunião familiar e com muitas homenagens pelo meio. Muitas homenagens, desde os patrocinadores, aos antigos componentes até à Alice Lopes, a cozinheira que sempre acompanhou o rancho enquanto pôde.
 
Em conversa com O RIACHENSE, Joaquim Santana não tem dúvidas do papel que os ranchos mantêm na transmissão de vivências e testemunhos dos tempos antigos às novas gerações. Mas os tempos mudam e, agora, as novas gerações têm outras coisas com que se entreter. Se antigamente os jovens batiam à porta do rancho para aprenderem a bailar, hoje a maior parte dos elementos mais novos são os filhos dos bailadores mais velhos ou de antigos componentes. Na campanha de angariação de novos elementos, para bailar ou para tocar, lançada no ano passado, não apareceu nenhum, mas juventude não falta ao grupo, a média de idades não é muito alta, apesar de haver uns muito novos e outros muito velhos. Na festa do sábado passado voltou a haver lembranças e diplomas para os membros que têm entre 10 e 30 anos de folclore.
 
E é isso que interessa, o folclore. A qualidade técnica do folclore praticado e os pormenores de representação e de autenticidade nos trajes, nas danças e nas músicas continuam a ser o motor da criteriosa gestão que o “chefe” faz das coreografias e do espectáculo global, o que, mais uma vez, foi notório no momento da emocionada actuação d’Os Camponeses.
 
Aspecto também muito valorizado no discurso de Joaquim Santana foi o apoio institucional da Câmara, sem o qual a actividade do rancho fica muito condicionada. Em Dezembro passado, a Câmara regularizou todas as dívidas que tinha para com o rancho (graças aos fundos do programa PAEL). A vereadora da cultura, Elvira Sequeira, foi à festa entregar um envelope simbólico no momento de soprar as velas do grande bolo dos 56 anos (o fôlego foi do grande Martinho Serra Oliveira), para representar o retomar dos subsídios institucionais às bandas e ranchos folclóricos do concelho, três anos depois da interrupção. Os 200 euros mensais serão pagos todos os meses ao mesmo tempo que os salários da Câmara, garante a vereadora.
 
Não fossem os ranchos folclóricos muito dependentes de apoios, as “propinas” são outra modalidade de sustento a que o rancho de Riachos se habituou. “Propinas” é um termo que alguns pais de componentes começaram a utilizar para se referirem aos apoios financeiros regulares que continuam a dar.
 
O que também não podia faltar era o “lá lá lá”. De cada vez que um membro sai do rancho, temporária ou definitivamente, aparece o célebre agradecimento de mãos no ar, desta vez dedicado à jovem Marta Ferreira. O “lá lá lá” teve origem em 1964, na primeira deslocação do grupo ao estrangeiro, a França, onde aprenderam este cumprimento com um grupo local.
 
Esse é, de resto, um episódio praticamente encerrado: as deslocações ao estrangeiro, uma das partes mais importantes da velha função de “levar o nome de Riachos ao mundo”, já não são possíveis, e não é por falta de convite. Antigamente, quem convidava pagava tudo e mais cachet mas, hoje em dia, o rancho não dispõe de 10 ou 15 mil euros para fazer uma viagem ao estrangeiro. O chefe Santana guarda na sede uma pasta com dezenas de convites do estrangeiro, só do ano passado. No que respeita ao território nacional, por outro lado, os subsídios da Câmara podem vir a permitir mais algumas deslocações, mas ainda é cedo para pensar nisso. A prioridade é a renovação dos trajes, que absorve sempre uma grande parte do orçamento anual, devido ao desgaste a que são sujeitos.

Novo espectáculo no Virgínia em produção
Por alturas da reposição do espectáculo “A Viagem” no Teatro Virgínia, no verão passado, o novo programador, Tiago Guedes - que Joaquim Santana descreve como sendo “muito mais aberto do que o anterior” - convidou o Rancho para fazer um espectáculo no Virgínia. Será a 12 de Abril.
 
Concebido e dirigido na totalidade pelo rancho, o espectáculo terá a participação das fadistas Teresa Tapadas e Célia Barroca e os músicos João Chora, José Nobre Costa, João Pina, Francisco Gonçalves, a mesma equipa de músicos que trabalhou no memorável espectáculo Raízes Rurais, Paixões Urbanas, em 1997 e 1999. Os ensaios têm início previsto para esta semana e Joaquim Santana confessa-se com força para agarrar o desafio, apesar das contingências da sua vida pessoal, que lhe retiram algum do tempo que gostaria de dedicar ao rancho. Um dos nomes possíveis para o espectáculo é “Riachos, Vivências, Tradições e Saudade”.
 
Depois de uns anos em que parecia que tudo o que o rancho fazia era para arranjar dinheiro para fazer face às necessidades da sua existência, o programa de actividades agora voltou a ter mais oferta. Para Junho está também assegurado mais um festival de folclore em Riachos.
Actualizado em ( Quarta, 22 Janeiro 2014 17:30 )  
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