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28 de Abril de 2024
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Susana Batista: "Se o PS ganhar, vai ser mais do mesmo"

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"Foi tudo muito mal pensado, houve um crescimento muito grande, muito desestruturado"

"O que nós precisamos de facto é de chamar empresas, recuperar alguns espaços que estão obsoletos e criarmos ninhos de pequenas empresas para darmos apoio"

 

Aos 42 anos, a torrejana Susana Batista estreia-se na política com a candidatura à Câmara Municipal pelo CDS, para tentar dar maior visibilidade a um partido que não tem tido grandes resultados no concelho

 

Em breves palavras, faça uma avaliação dos 20 anos da era do António Rodrigues.

A avaliação que eu faço, muito honestamente, é negativa. Foi uma gestão muito despesista, com muitas obras de fachada, gigantescas. Acredito que algumas tenham sido de facto necessárias, mas não com essa opulência toda. Teríamos conseguido fazer bem, com muito menos investimento. E esse investimento teria que ser canalizado para situações que são muito mais urgentes para servir a população, não só em Torres Novas. Nós temos duas realidades distintas. Torres Novas e o que está ao seu redor, que foi muito esquecido.

Se o PS ganhar, vai ser mais do mesmo. É essa a ideia que eu tenho. Que os meios rurais e tudo à volta de Torres Novas será esquecido.

 

Se a Câmara não tivesse empolado as suas receitas, não teria feito a requalificação que fez na cidade. Acha que se justificou esta táctica orçamental?

Não, de todo. Uma cidade é feita pelas pessoas, pelos munícipes. Mas falo de todo o concelho. É evidente que a gestão de uma autarquia tem de estar virada para eles fundamentalmente.

Um caso ridículo são as rotundas. Tudo bem que fazem falta, mas para quê todo aquele ornamento, aquelas rotundas de milhões, não fazem sentido quando temos tantas estradas cheias de buracos e saneamento básico inexistente, estações de ETAR que necessitam urgentemente de reparos e de serem revitalizadas. E isso não acontece.

 

Se fosse eleita, e tivesse um cheque em branco para resolver um problema, qual era a sua prioridade.

Sendo uma pessoa conscienciosa e habituada a lidar com as empresas e com a gestão dos dinheiros, acho que o dinheiro está muito caro e tem de ser muito bem gerido. Em primeiro lugar teríamos de analisar correctamente o que é que existe mesmo, quais seriam as grandes necessidades da população. Nem que andasse, repare bem, um mês com reuniões com as várias entidades, os vários departamentos, com as associações, com todas as entidades, para depois tomar uma decisão correcta. Isso seria garantidamente para corrigir situações que estão erradas.

 

Propõe-se a fazer mudanças notórias no ambiente. Perante os casos graves de poluição identificados, está disposta a enfrentar os empresários responsáveis pelas indústrias poluidoras?

Nada como chamarmos todos os parceiros para reunir, para conversar, para discutir o que está errado, o que pode ser alterado, e pode muita coisa ser alterada. Tinha de haver esse entendimento em primeiro lugar. Porque é uma vergonha, de facto, há certas situações que são vergonhosas e, lá está, só não foram resolvidas porque não houve da parte de quem governou esse tipo de vontade. Preferiram investir naquelas obras megalómanas, gigantescas, que são visíveis, dão votos, em detrimento de situações gravíssimas que as populações vivem.

No nosso programa queremos revitalizar as zonas industriais, criar condições para chamar empresas, aí sim na área da ecologia. Mas o que nós precisamos de facto é de chamar empresas, recuperar alguns espaços que estão obsoletos, que precisam de obras, recuperar e, porque não, criarmos ninhos de pequenas empresas para darmos apoio, inclusive, chamar jovens empresários, em qualquer sector. Isto sem custos ou com custos muito baixos, para chamar mesmo o emprego que precisamos.

 

A Turrisespaços parece não ter viabilidade financeira a longo prazo, mas o certo é que o município nunca teve tanta oferta cultural e desportiva. Se estes sectores estivessem na alçada da Câmara, não seriam assim tão dinâmicos. Apostaria na empresa municipal?

Não sei como tiveram o visto... não percebo como é que o Tribunal de Contas viabilizou, mas ok. É uma situação muito complicada. Há despesas que podem ser reduzidas. Em termos de prejuízo, a Turrisespaços ronda os 800 mil. É muito dinheiro e metade ou mais nós conseguimos reduzir.

Quantas associações, quantas colectividades, nós temos tantos artistas, ranchos, bandas filarmónicas que não estão a ser apoiadas, porque a Câmara cortou com isso tudo.

Porque não usarmos a nossa prata da casa, aquilo que nós temos de melhor no nosso concelho? Para quê haver aqueles cachets gigantescos? Eu não sou contra, repare, mas é importantíssimo que a Câmara dê apoio às associações e colectividades, muitas vezes são eles que fazem aquele equilíbrio, aquele papel social, muitas vezes em substituição da Câmara, e a Câmara cortou com isso tudo. Se, por outro lado, houvesse uma melhor articulação entre esses artistas que trabalham muito bem, se nós conseguíssemos coordenar tudo isso, garantidamente as coisas seriam totalmente diferentes.

 

Acha que o Virgínia tem feito um bom trabalho de programação cultural? Deve apostar-se na sua continuidade?

Podia ser tudo de forma diferente. Temos tudo muito espalhado. Nós temos a biblioteca, que é um edifício gigantesco que está mal localizado; aquilo ali seria para algo diferente. Lá em cima, o pavilhão dos desportos que é outra obra que não faz sentido. Tem ideia de quantos pavilhões existem em Torres Novas? Em vez de se recuperar o que realmente é importante. Só aqui temos dois, um serve de armazém e outro, às vezes, vê-se entrar crianças ao final do dia... foi tudo muito mal pensado, houve um crescimento muito grande, muito desestruturado.

Imagine um pólo à semelhança do que existe em Constância, ao que existe no Entroncamento, algo onde ficasse tudo concentrado. Nós não precisávamos de uma biblioteca tão grande, ou pelo menos com aquela dimensão, para a sua funcionalidade, não joga muito bem, percebe?

 

As Juntas de Freguesia são apenas um braço da Câmara ou devem fazer projectos próprios?

Está no nosso programa criar um gabinete para articular as Juntas de Freguesia à Câmara, para ser de facto extensiva, para resolver problemas mais rapidamente, para que não haja aquela burocracia, que haja mais rapidez de respostas da Câmara. Não só para as Juntas, mas para o cidadão em geral.

Por vezes, a Câmara tem aquelas máquinas, por exemplo. Uma Junta de Freguesia requisita e tem de esperar muito tempo para ter acesso a esse equipamento ou pessoal, e no entanto pode haver esse tipo de autonomia, as Juntas estarem mais bem equipadas, para poderem responder mais rapidamente às populações, inclusive, em termos de viaturas, para dar acesso a deslocação das pessoas mais idosas, haver esse tipo de abertura, e dar essa possibilidade às pessoas, pelo menos às Juntas que estão mais distantes e as pessoas necessitem de transportes.

 

A colaboração efectiva com os municípios vizinhos ainda tem muito caminho a percorrer.

É tudo muito individualista e eu acho uma pena, infelizmente. Nós estamos numa região onde predomina bastante a agricultura e dado que temos em Riachos o caminho-de-ferro e a estação dos contentores, poderia haver parcerias para conjugar esforços e criar uma maior vitalidade, uma maior coordenação.  A nível da agricultura, a nível empresarial, a nível das empresas metalomecânicas, existem sectores que podem ser explorados. Nós temos essa abertura.

 

Concorda com a aplicação do princípio do utilizador-pagador na A23?

Não. Sou completamente contra.

 

Teme que haja na sua candidatura pelo CDS uma conotação com as políticas do governo?

Obviamente que vai haver sempre isso, por mais que a gente se esforce não conseguimos transmitir uma situação diferente. Mas acredito que a maioria [das pessoas] consiga separar. Uma coisa é a política geral, é o colectivo, é o CDS, que soma as concelhias todas e que depois fala no geral. Outra coisa é a realidade dos municípios, dos torrejanos, e nós estamos sensíveis às necessidades e lutamos pela defesa dos munícipes.

Tenho a esperança de que as pessoas no dia 29 não vão pelo geral, mas pensar realmente no que é que foi feito cá em Torres Novas e no que é que ficou esquecido.

 

O que pensa das políticas adoptadas pelo governo para cumprir os contratos com a troika?

Sabemos que as coisas estão más, que temos de trabalhar muito para melhorar em todos os sentidos. Obviamente que temos esperança de que as coisas melhorem, e têm que melhorar. Não podemos cair naquela tentação do desânimo, da depressão, temos que andar para a frente.

Actualizado em ( Quarta, 25 Setembro 2013 16:45 )  
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