o riachense

Sexta,
19 de Abril de 2024
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Entrevista a Luís Carlos Dias, o presidente do Altético: cuidar do património e dignificar o clube é o objectivo

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Após alguns anos gerido por comissões administrativas, o Clube Atlético Riachense voltou a ter um elenco directivo eleito em assembleia-geral.
Luís Carlos Dias, bancário de profissão e com muitos anos de ligação ao Atlético, sobretudo ao futebol jovem, e ultimamente também ao futebol sénior, assumiu a responsabilidade da presidência do clube. Em síntese, promete três coisas: zelar pelo património do clube, garantir uma participação digna nas competições em que o Atlético está envolvido e, ponto de honra pessoal, manter as contas do clube equilibradas.
A liderar uma equipa de dirigentes que lhe dá absoluta confiança, Luís Carlos Dias conversou com o riachense.

Em traços gerais, quais os objectivos desta Direcção?
Em termos desportivos, queremos dignificar o clube, tal como foi dito no dia da eleição. Fora do campo desportivo o objectivo é manter as contas controladas, sem nos endividarmos e cumprindo com toda a gente, aparte disto queremos não só manter o património existente, mas melhorá-lo. Achamos que é um património já aceitável que merece ser cuidado.

A que melhoramentos se refere?
Pretendemos rebocar o muro do lado do pavilhão, rebocar a bancada do lado da avenida 16 de Maio, melhorar os bancos dos suplentes, efectuar melhorias ligeiras nos balneários e no bar. Isto a curtíssimo prazo, que não deverá ultrapassar o final do Verão.
No decorrer da época temos intenção de recuperar a casa do guarda. Poderá mesmo vir a ser útil para alojar um futuro guarda do campo, alojar eventualmente um ou dois jogadores de fora ou até para instalar uma lavandaria.

Quanto vão custar essas obras?
Ainda não temos estimativa, mas sei que irá custar uns bons milhares de euros. Existe já uma comissão para melhoramentos no estádio que já está a trabalhar, com vontade. Esta comissão vai tentar angariar mão-de-obra gratuita e ofertas do material necessário, junto de sócios e amigos do clube, de maneira a que seja possível realizar as obras sem sobrecarregar demasiado os cofres do Atlético.

Quando refere que pretende dignificar o clube, o que significa isso em termos desportivos?
Significa continuar a apostar nas camadas jovens, proporcionando-lhes as melhores condições possíveis para a prática do desporto, e que as restantes secções possam manter-se em actividade, desde que geridas autonomamente. Todavia, não abdicamos de acompanhar toda a actividade das secções, quer em termos desportivos, quer em termos financeiros.

Tem havido alguma polémica por causa das secções, quer fazer o ponto da situação?
Já reunimos com o atletismo e com o futsal e tudo está clarificado. Estas secções serão geridas autonomamente e deverão angariar os recursos para o seu funcionamento, mas terão que prestar contas ao clube. No atletismo, a alteração mais significativa será o facto de os atletas passarem a ser sócios do clube e o resultado dessas quotas reverterá para a secção.
No futsal os gastos já são mais avultados e os apoios publicitários que angariarem revertem para a secção. O clube ajudará nas despesas de funcionamento (taxas de jogo, por exemplo) e todos os futsalistas terão que ser sócios do clube. Estas secções prestam contas mensais ao clube. 
Quanto à ginástica, a secção foi suspensa e agora funciona fora do clube. Havia alguns equívocos no funcionamento da ginástica de manutenção. Eram cerca de 45 praticantes e apenas duas eram sócias do clube, as outras nem sequer manifestavam intenção de serem sócias. Ora o clube nem sequer sabia qual a mensalidade que cada uma pagava ou se pagavam, pois não eram prestadas contas ao clube. Era uma situação que não convinha a ninguém e assim a secção foi extinta.

E quanto a novas secções?
Estamos abertos à criação de novas secções por associados do clube, em condições similares às das já existentes. 

Como está a questão da utilização do pavilhão municipal?
Isso ainda não está bem esclarecido. A Turrisespaços está a facturar à hora e embora a Câmara se tenha comprometido a reembolsar o clube das verbas em causa, até hoje isso não se concretizou. E a verdade é que também não conseguimos dispor do dinheiro à frente para pagar as facturas e depois esperar anos e anos que a Câmara nos reembolse.
Veja-se o caso do protocolo para as despesas de iluminação dos campos de jogos. As verbas são atribuídas pelo município mas depois não nos pagam atempadamente, isso provoca-nos dificuldades enormes de tesouraria.

Quanto devem actualmente à Turrisespaços?
Neste momento foram emitidos cerca de 3 mil euros de facturas que nós devolvemos, porque não aceitamos esse valor por ser claramente exagerado.

Quais os objectivos da equipa principal?
Não ser despromovido já será bom, mas se ficarmos pelo quinto ou sexto lugar será excelente. Até porque analisando o hipotético quadro de equipas onde vamos calhar, vamos apanhar alguns clubes que estão a apostar na subida à Segunda Liga. É o caso do Mafra, do Fátima e eventualmente do Torreense. Veja-se que o orçamento do Fátima é de 250 mil euros e que o Torreense vai ser o clube satélite do Belenenses.
Quanto às restantes equipas, vamos ter que nos bater com elas e logo se verá do que somos capazes. Estamos conscientes que vai ser um campeonato muito difícil, mas ninguém entra em campo derrotado.
Como garantirá o financiamento para a próxima época?
Vamos manter todas as iniciativas do ano passado, estamos a falar dos cartões de época, dos jantares da bola, do festival das sopas, do sorteio do cabaz de natal e do jantar anual de aniversário do clube. Juntando a isto a quotização normal e a pouca publicidade, deu para manter a época equilibrada.
Este ano os custos da época vão aumentar cerca de 20 mil euros, ou seja, teremos que arranjar iniciativas novas para garantir os recursos necessários. Estamos a estudar algumas, como é o caso da edição de uma caderneta de cromos com todos os atletas do clube. Se decidirmos avançar, será lá para Novembro.
Estamos também a dinamizar a venda de publicidade no estádio, reduzindo o preço pelo espaço ocupado, pretendendo assim arranjar mais empresas e, logicamente maiores receitas.
Há também receitas previstas dos jogos e da Taça de Portugal, e aqui, se conseguirmos passar pelo menos uma eliminatória já será bom em termos financeiros, isto se se mantiver o sistema do ano passado, com prémios de participação em cada eliminatória.

E as verbas do totobola?
Essas verbas têm sempre interesse para o clube, mas não contamos com elas para a gestão corrente porque são verbas que chegam, normalmente, com muito atraso, às vezes mais de um ano, pelo que não aliviam a tesouraria.

Vai manter-se o bilhete de época?
Sim. É uma ideia que queremos manter, pois permite fazer frente aos custos iniciais da inscrição de atletas. O bilhete de época vai ser lançado até ao início do campeonato. O custo do bilhete de época será de 40 euros, com direito à oferta de um cachecol do clube.
Segundo o que já foi referido publicamente, vai ser lançada uma campanha de sócios?
Sim, vai iniciar-se uma campanha de angariação de novos sócios já a partir de 15 de Julho. O objectivo é fazer com que cada sócio actual consiga um novo sócio. Para os sócios que se inscreverem até 30 de Setembro, se pagarem logo as quotas até ao final do ano de 2014 é-lhes oferecido o livro do historial do Atlético. Penso que é um bom atractivo para que novos associados cheguem ao clube.


Ainda não é certa a participação no campeonato
Apesar do compromisso, no dia das eleições, da participação no campeonato nacional, Luis Carlos Dias afirma que tal não é uma garantia absoluta.
Segundo as palavras do dirigente: “Fomos pressionados pela FPF e AFS para confirmamos a nossa participação até 18 de Junho, mas nem sequer nos sabiam dizer quais seriam os custos implicados com as taxas de jogo. Confirmámos a participação passados dois dias, mas muito a custo, porque não o queríamos fazer sem saber os custos. Foi-nos dito para estarmos descansados que iria haver uma proposta que previa a redução das taxas de jogo. Nós confirmamos, mas quando saiu o comunicado oficial nº 1 da FPF, verificamos que se somarmos a taxa de jogo com a taxa de arbitragem e mais o policiamento, isto dá cerca de 1 100 euros por cada jogo em casa, o que é incomportável. Já contactamos a AFS, continuam a dizer que está em estudo uma proposta que contempla alguma redução para os clubes que subiram do distrital mas ninguém quer quantificar.
Ora, se até à data do sorteio não soubermos realmente quanto nos vai custar a participação no campeonato, apresentaremos a nossa desistência. Tenho a certeza que os sócios compreenderão esta posição.”

Actualizado em ( Quinta, 18 Julho 2013 15:07 )  
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