o riachense

Terça,
07 de Maio de 2024
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Ana Isabel Santos

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A chuva tramou-nos

Quando me sentei para escrever, confesso que senti alguma dificuldade em escolher o tema desta ‘nossa’ conversa. Ao longo do último mês, assistimos a um Conselho de Estado (quase que anedótico), pudemos ler um relatório do FMI relativo à Grécia que me deixou de ‘cabelos em pé’ e umas declarações de Vítor Gaspar que me deixaram perplexa. 

Mas vamos por partes.

1. O Conselho de Estado convocado por Cavaco Silva, a 20 de Maio. Para avaliar e discutir o futuro do país. A minha dúvida: será que faz sentido discutir o Portugal pós-troika quando ainda temos uma das taxas de desemprego mais elevadas da União Europeia? E quando, o mais provável, é falharmos, mais uma vez, as metas do défice para este ano? 

Parece-me que o ‘Presidente de todos os portugueses’ está, ligeiramente, alienado da realidade. O que não deveria ser uma grande surpresa, depois das várias declarações e episódios menos felizes com que já nos brindou ao longo deste seu mandato (e da sua carreira política).

Teria sido bem mais útil e enriquecedor, uma discussão sobre o presente e sobre os desafios que se colocam ao país neste momento tão delicado e de desesperança para o povo português.

2. Na última semana foi conhecido um relatório do FMI que admite ‘erros notáveis’ no programa de apoio financeiro à Grécia. Um dos responsáveis do Fundo Monetário Internacional admitiu que a instituição subestimou os efeitos da austeridade no crescimento económico dos países sob intervenção.

Choca-me esta leviandade. De se admitirem ‘erros notáveis’ como se fossem apenas isso: erros. Daqueles, sem grande importância, que todos cometemos no dia-a-dia. Só para recordar: a Grécia é um país com uma taxa de desemprego que ronda os 28 por cento. E o flagelo da recessão está ainda longe de terminar. 

Aparte dos choques emocionais, vamos aos factos. Parte dos erros do programa de ajuda à Grécia repetiram-se em Portugal. O agravamento da recessão, o descontrolo da dívida pública e o aumento do desemprego. 

No caso português, creio que o prazo da fórmula aplicada pelo FMI, Comissão Europeia e BCE já expirou. Nos anos 80, tínhamos a moeda. Era possível, num cenário de crise ou de resgate, desvalorizarmos o escudo. E com isso, darmos fôlego às exportações e à economia. Mas agora, os tempos são outros. A moeda é outra e perderam-se instrumentos importantes de política monetária. Por isso, e 30 anos depois, a fórmula deveria ser outra. 

Será que vale a pena continuarmos neste registo de austeridade? A dúvida persiste.

3. E daí, talvez eu esteja a ser demasiado derrotista. Ao que parece, foi o inverno rigoroso que nos ‘tramou’. Vítor Gaspar culpou, na última semana, a ‘chuva’ pela falta de investimento no primeiro trimestre. Bom, espero que os próximos meses, até ao final do ano, sejam bem mais soalheiros. A bem da economia nacional.

Actualizado em ( Quarta, 12 Junho 2013 16:39 )  
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