Assim que se entra no MAR observa-se, elevado na parede, um articulado, enegrecido e esbelto ser: o arado de tipo radial.
O arado é um instrumento de mobilização da terra, puxado pela força da tracção animal, geralmente gado muar ou bovino. Um dos instrumentos de maior eficácia da agricultura qualificada antes da mecanização, que se deu com maior força no nosso país a partir da década 1960, tendo sido utilizado nos campos riachenses até, pelo menos, aos anos 70.
Segundo o critério geográfico-ecológico, funcional e histórico de Jorge Dias, o arcaico arado radial, considerado o mais antigo de todos, é o mais pequeno e singelo de todos os arados portugueses. Caracteriza-se pela sua morfologia elementar: a rabiça (o manípulo) e o dente (que penetra na terra) são feitos de uma só peça encurvada, com um temão simples simétrico (o eixo que liga ao jugo dos bois) com e relha ou bico de ferro.
As técnicas tradicionais aratórias do país são de dois ecotipos: o mediterrâneo (arado radial e de garganta), e o transalpino-galaico-minhoto (arado quadrangular). O arado radial, mais leve e fácil de operar, é próprio para solos secos e friáveis, onde o objectivo não é revolver a terra para a revirar, mas rasgá-la para assim resgatar a humidade interna do solo. Enquanto este apenas arranha a superfície, já o quadrangular, ou vessadoiro, é mais grande e robusto, adaptado a terras fundas e frescas onde são necessárias várias juntas de bois.
No MAR existem também exemplares de arados de garganta e quadrangulares, com aivecas e híbridos, tal como outras variantes mais modernas, como charruas e charruecos.