Manuel Pacheco é "Gente de cá"
Diamantino Maurício e Nuno Matos
De família humilde, Manuel Pacheco andou na escola primária do Pedrógão. Faltava muitas vezes para ir aos ninhos ou roubar ameixas, “porque o comer em casa era escasso”. Cedo começou a trabalhar na apanha do figo, a guardar ovelhas ou a andar à frente dos bois. Com 13 anos veio para Riachos ao ganha-pão, por conta de pedroguenses já cá estabelecidos: “Fui andar com bois para as Cordas com o Chico da Vaca, por conta do irmão, o João da Vaca. Dormia num palheiro enrolado num pano da azeitona, ao pé dos bois, em casa do João da Vaca, que viria a ser meu padrinho de casamento. Aquilo até era quentinho!”, confessa.
Pouco depois mudou de vida: “Um dia, o João da Vaca perguntou-me se gostava de ir trabalhar para a taberna dele, ao lado do talho. A minha mãe já tinha morrido e o meu pai não se importou”. E lá foi aprender também a matar porcos, bois, carneiros e cabritos. “Com 16 anos, já matava, por semana, meia dúzia de carneiros, dois porcos e um bezerro de vez em quando aí com 250 quilos de carne limpa. Quando havia casamentos, convidam-me sempre para matar os carneiros”, recorda Manuel Pacheco.
Entrevista completa na edição impressa de 7 de Dezembro de 2011